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sexta-feira, 26 de março de 2010

Anarquistas Graças a Deus



Autoria: Walter George Durst
Direção: Walter Avancini, Hugo Barreto e Silvio Francisco
Direção geral: Walter Avancini
Produção do núcleo: Walter Avancini
Período de exibição: 07/05/1984 – 17/05/1984
Horário: 22h
Nº de capítulos: 9

Elenco:
Ademilton José – Luis
Afonso Nigro – Tito
Andréa L’Abatte – Mário Bonfati
Antônio Petrin – Roque
Bárbara Fazzio – Ada
Carlos Capelleti – Miguel
Christiane Rando – Vera
Christiane Tricerri – Marie
Cristina Medeiros – Leoni
Daniele Rodrigues – Zélia
David Leroy – Antônio
Débora Duarte – Angelina
Dênis Derkian – Zé do Rosário
Eugenia Di Domenico – Josefina
George Otto – Teruccio Celentano
Gianni Ratto – Nonô
Homero Kossac – Tio Ibrahim
Jane Lene Santana – Clélia
José Basseti –Henrique
José de Abreu – Angelim
Julio Araújo – mestre Jaquina
Lilian Vizzacchero – Vanda
Linda Gay – Vicenza
Luciano Di Franco – Cláudio
Luiz Guilherme – Orestes
Marcos Frota – Remo
Martha Overbeck – Margarida
Newton Prado
Ney Latorraca – Ernesto Gattai
Oswaldo Campozana
Paulo Gorgulho – Hugo
Paulo Hesse – Amadeo
Pepone – Arnaldo Gattai
Rio Novello – Seu Gino
Sérgio Ropperto – Tio Aurélio
Solange Theodoro – Tia Eugênia
Umberto Magnani – Tio Guerrando
Valdelici Fraga – Irmã
Vera Barbosa – Salma
Zenaide Pereira – Maria Negra

A Trama:
- Anarquistas, graças a Deus é uma adaptação de Walter George Durst do livro de memórias homônimo de Zélia Gattai. A história retrata o dia-a-dia dos Gattai, uma das muitas famílias de imigrantes italianos que vieram para o Brasil entre o final do século XIX e início do XX. Através dos personagens da família, acompanhamos as dificuldades, sonhos e expectativas de imigrantes, tendo como pano de fundo os acontecimentos políticos e sociais da década de 1920, em São Paulo.
- Ernesto Gattai (Ney Latorraca) é um jovem toscano de idéias anarquistas, que tem uma oficina mecânica e trabalha como motorista particular de ricas famílias paulistanas. O anarquismo e os automóveis são as grandes paixões de Ernesto. Em São Paulo, ele conhece Angelina Da Col (Débora Duarte), uma católica de Veneto, Itália, que veio com a família para o Brasil para trabalhar na colheita de café, substituindo a mão de obra escrava. Os dois se apaixonam, se casam e têm cinco filhos: Remo (Marcos Frota), Vanda (Lilian Vizzacchero), Vera (Christiane Rando), Tito (Afonso Nigro) e Zélia (Daniele Rodrigues). A caçula da família é a narradora da história.
- A minissérie conta a história desses sete personagens, as relações entre eles, como encaram e dividem os momentos alegres e tristes da vida. Ernesto é um homem teimoso e atrevido, sempre inovador. É apaixonado pelos filhos e pela mulher, embora seja quase sempre contido com Angelina. Ela, por sua vez, é sensível e muito romântica. Amante da poesia e do lirismo, é submissa ao marido, como todas as italianas de seu tempo. No entanto, sempre que possível, Angelina retruca o marido.
- O filho mais velho do casal, Remo, tem 19 anos. Simpático e namorador, é um jovem alegre, que quer aproveitar a vida ao máximo. Trabalha na oficina do pai a contragosto e, sempre que pode, foge das reuniões sobre política organizadas por Ernesto. Wanda tem 17 anos e é uma jovem independente, muito voluntariosa. Apesar dos inúmeros conflitos com a mãe, está sempre disposta a ajudá-la, principalmente nas questões domésticas. Bonita e valente, é o equilíbrio da família. A terceira Gattai é Vera, de 15 anos. Bonita como a irmã mais velha, é a filha mais paparicada por Angelina. Adora uma novidade e está sempre de olho nos novos acontecimentos. O segundo filho homem da família é Tito. Com 10 anos, vive aprontando. Impávido e muito gozador, é o artista da família. Tem muito talento para o desenho e para o canto. A mais nova da prole é Zélia, de oito anos. Inteligente e desafiadora, acha que a mãe prefere os outros filhos a ela. É apaixonada pelo pai, seu grande ídolo. A família se completa com Nonô (Gianni Ratto), pai de Angelina, e Maria Negra (Zenaide Pereira), contratada para ser babá de Zélia.
- Além da vida em família, a minissérie retrata a trajetória de Ernesto Gattai em sua condição de trabalhador pobre e militante do movimento anarquista. Toda essa narrativa é marcada por um panorama histórico do Brasil. Antigos filmes da época da imigração italiana, trazidos de Roma, ajudam a situar a história, explicando o que ocorria em São Paulo logo após a Primeira Guerra Mundial.

Curiosidades:
- Uma das exigências do diretor Walter Avancini era que o sotaque dos personagens fosse o do norte da Itália. Para isso, a equipe de produção contratou a professora Adda Silvestre, que orientou o elenco.

- Anarquistas, graças a Deus foi concebida originalmente como novela, para ser exibida no horário das 18h. A emissora cogitou lançar a história no horário das 20h, indo ao ar após a novela Sol de verão, que teve seu final antecipado por conta da morte de Jardel Filho. A idéia, no entanto, não foi levada adiante. A equipe chegou a gravar a novela em 1983, mas somente um ano depois a história foi exibida e em formato de minissérie.
- A minissérie foi tema de inúmeras reportagens na imprensa italiana.
- Em função da minissérie, o livro de Zélia Gattai teve as vendas aumentadas em 15 vezes.
- Zélia Gattai elogiou o desempenho do ator Ney Latorraca, que deu vida a seu pai, Ernesto Gattai. Zélia enviou um telegrama ao ator parabenizando-o pela interpretação e dizendo que o pai certamente ficaria orgulhoso em se ver na televisão.
- Ao contrário de seu marido, Jorge Amado, que declarava não gostar de assistir a suas histórias na tevê, Zélia Gattai acompanhou toda a série e gostou do resultado.
- Pela minissérie, o diretor Walter Avancini recebeu o prêmio Presença da Itália no Brasil, em 1985, entregue durante as comemorações da Festa Nacional Italiana, em São Paulo, no Círculo Italiano. Os atores Ney Latorraca, Débora Duarte e Daniele Rodrigues também foram homenageados na cerimônia.
- Anarquistas, graças a Deus foi reapresentada de dezembro de 1985 a janeiro de 1986, às 16h50, em versão compacta.
- A minissérie foi vendida para vários países, como Angola, Argentina, Bolívia, Estados Unidos, Itália, Honduras, Portugal, Suíça e Venezuela.
- Anarquistas, graças a Deus foi lançada em DVD em julho de 2008.

Trilha sonora:
- A trilha sonora produzida pelo maestro Júlio Medaglia reunia canções italianas tradicionais, na voz de intérpretes como Mario Lanza e Plácido Domingo.


Fonte: Memória Globo

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