terça-feira, 30 de março de 2010
Dona Flor e Seus Dois Maridos
Autoria: Dias Gomes
Colaboração: Marcílio Moraes e Ferreira Gullar
Direção: Mauro Mendonça Filho, Rogério Gomes e Carlos Araújo
Direção geral: Mauro Mendonça Filho
Direção de núcleo: Guel Arraes
Período de exibição: 31/03/1998 - 01/05/1998
Horário: 22h30
Nº de capítulos: 20
Elenco:
Giulia Gam - Dona Flor
Edson Celulari - Vadinho
Marco Nanini - Teodoro
Aloísio de Abreu - Alberto
Ana Cecília Costa - Marinalva
Bruno Garcia - Heitor
Cândido Damm - Melado
Chica Xavier - Dinoráh
Chico Diaz - Mirandão
Cláudia Liz - Noêmia
Cláudio Mamberti - Máximo
Cyria Coentro - Juliana
Dira Paes Celeste
Edson Montenegro - Arigof
Elizabeth Hartmann - Albertina
Ernani Moraes - Propalato
Floriano Peixoto - Otoniel
Frank Menezes - Cachorrão
Jackson Costa - Anacreon
João Acaiabe - Sampaio
Lú Mendonça - Dora
Oscar Magrini - Pablo
Otávio Müller - Robato Filho
Rodrigo Mendonça - Moraes
Serafim Gonzalez - Lemos Couto
Solange Couto - Zulmira
Suely Franco - Norma
Tássia Camargo - Madona
Thalma de Freitas - Marilda
Yaçanã Martins - Mãe de Santo
Virgínia Cavendish - Rosália
Maria Helena Pader -Juíza
Participações Especiais:
Francisco Cuoco - Garcia
Lília Cabral - Violeta
Lúcio Mauro - Neca do Abaeté
Milton Gonçalves - Clemente
Myrian Muniz - D. Miloca
Walderez de Barros - D. Rosilda
Otávio Augusto - Calabrês
A Trama:
- Dona Flor e seus dois maridos é uma adaptação de Dias Gomes, com a colaboração de Marcílio Moraes e Ferreira Gullar, da obra homônima de Jorge Amado. Ambientada na Bahia, na periferia do Pelourinho, a história trata do universo amoroso de Florípedes Paiva (Giulia Gam), conhecida como Dona Flor. Esposa de Valdomiro dos Santos Guimarães, o Vadinho (Edson Celulari), um típico malandro mulherengo e sem trabalho, que se envolve em jogos de azar para conseguir uns trocados e se dar bem. Vadinho pertence à boemia e faz o que for preciso para conseguir dinheiro para gastar na rua, inclusive bater na mulher e roubar o que Flor consegue dando aulas de culinária. O cassino clandestino Novo Tabaris é o local das trapaças de Vadinho e onde Marilda (Thalma de Freitas), amiga de Flor, inicia sua promissora carreira de cantora.
- Dona Flor é apaixonada por Vadinho, com quem sempre vivera um tórrido romance cheio de sensualidade. Um dia, após dormir fora de casa com uma amante, ele paga uma ambulância para transportá-lo até sua casa e, assim, sensibilizar sua esposa. É recebido com muito carinho e cuidado, e minutos depois já estava fantasiado para sair no bloco afoxé Filhos de Gandhi, onde só desfilam homens. No meio do desfile, Vadinho é procurado por comparsas do Calabrês (Otávio Augusto), um contraventor a quem ele devia dinheiro. Quando a arma é apontada para a vítima, os tiros não saem. Mas, em decorrência de um mal súbito, Vadinho morre em pleno desfile. Flor é avisada e corre entre os homens do bloco, chorando sua dor com o marido morto nos braços.
- No velório, a amarga Dona Rosilda (Walderez de Barros), mãe de Flor, tenta consolar a filha dizendo que ela deveria estar soltando fogos por se livrar de um traste como aquele. Ainda durante o velório, feito no lar do casal, Flor recebe a visita de muitas mulheres, que se desesperam e se descontrolam ao ver o corpo de Vadinho no caixão. São as amantes que vieram também dar seu último adeus. Dona Rosilda, ao ver o tumulto, diz à filha que não foi só ela que ficou viúva, enquanto um grupo de amigos de farra do morto ri, liderados por Mirandão (Chico Diaz), o melhor amigo de Vadinho.
- Mesmo tendo jurado diante do caixão que jamais teria outro homem, passado certo tempo, Flor acaba se entregando ao amor de Teodoro Madureira (Marco Nanini), o dono de uma farmácia, com quem se casa. Experimentando uma nova rotina metódica e com um marido fechado, de boas maneiras, inteligente e correto, Flor ainda sente falta do calor romântico que nutria por Vadinho na cama. Teodoro é metódico até na hora do sexo: somente duas vezes por semana, com direito a bis no sábado.
- Dona Flor, então, passa a receber a visita de seu ex-marido - em visões que somente ela percebe -, sempre nu e com o mesmo "fogo" de sempre. Assim, forma-se um triângulo amoroso muito especial, que proporciona situações engraçadas ao público. Inicialmente, Flor se assusta com a visão e teme ser levada por Vadinho. Em função disso, procura terreiros de candomblé para fazer um trabalho e se livrar do ex-marido. Na véspera do trabalho ser realizado, Flor recebe a visita de Vadinho e tem com ele uma noite de amor. Já no outro dia, ela se arrepende do que fizera e, enquanto conversa com Vadinho, vê o falecido sendo puxado para o teto e se jogando nas paredes até desaparecer.
- Amargando a despedida, no dia do aniversário de Vadinho, Flor vai até a Igreja para se confessar dos pecados que cometera com ele. Lá, faz uma promessa ao santo e diz a Teodoro que, no dia da procissão da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, ela vai seguir a pé todo percurso para alcançar uma graça muito grande. Sem contar para o marido do que se tratava, ele diz que vai acompanhá-la durante o sacrifício.
- Em meio a cantorias religiosas, no dia da procissão, e de braços dados com Teodoro, Vadinho, nu, chega ao lado de Flor e lhe ocupa o outro braço. Entre Teodoro e Vadinho, Dona Flor segue feliz pelas ruas do Pelourinho para cumprir sua promessa.
- O calabrês acaba sendo preso, por interferência do fantasma de Vadinho durante o julgamento, e sua filha Celeste (Dira Paes) assume seu lugar nos escusos negócios da família, fazendo par romântico com Juliana (Cyria Coentro).
Produção:
- A maioria das cenas externas foram gravadas em Salvador, buscando-se o máximo de referências baianas. O que se pretendia era trazer toda autenticidade e reconstruir para televisão o universo de Jorge Amado. Para isso, a produção optou por fazer do bairro da Saúde a locação onde se passava a maioria das cenas.
- Os efeitos especiais em Dona Flor e seus dois maridos ficaram por conta das máquinas de composição de imagens Flint e Hal Express, usadas para conferir maior veracidade às cenas em que o fantasma de Vadinho atravessa portas e paredes da casa de Flor e interfere na jogatina do cassino Novo Tabaris. Na cena em que ele sobe pelas paredes, um cenário giratório foi utilizado.
- Na cena da morte de Vadinho em meio ao bloco afoxé Filhos de Gandhi, 15 membros da equipe técnica, caracterizada com túnicas brancas, como os próprios integrantes do bloco, utilizaram uma câmera, uma grua e uma steady cam para os planos gerais e detalhes de atores em meio à multidão do desfile. Só para essa cena, mais de mil figurantes estiveram presentes; 500 integrantes da bateria, oito tocadores de clarins, dez integrantes da ala do canto e mais 500 desfilando.
- Algumas outras seqüências também exigiram produções igualmente cuidadosas, como, por exemplo, a festa de Iemanjá, no dia 2 de fevereiro, quando Flor e Vadinho se conhecem. As cenas aconteceram em Itapoã, com figurantes, barquinhos e barracas que compunham o cenário. Outro desafio foi a cena final, em que Flor desce a ladeira do Pelourinho de braços dados com Teodoro e Vadinho, nu em meio a 350 figurantes.
- Ao todo, cerca de 4.500 figurantes participaram da minissérie. Outras seqüências aconteceram em Campo Grande, num trio elétrico; em Santa Cruz (casa de Neca); em Bananal (farmácia de Teodoro); numa mansão na Barra (casa do calabrês); além de nos estúdios da Cinédia (cassino e boate Nivi Tabaris) e no Projac.
- Houve dificuldade na gravação e captação de som durante as filmagens no bairro da Saúde, em decorrência do burburinho da população local, num cruzamento de cinco ruas – passagem obrigatória dos moradores. O local acabou virando cenário de festa.
- A direção de arte buscou extrapolar os limites da ficção e fazer com que o telespectador enxergasse, no cotidiano dos personagens, o universo descrito pelo autor da obra. Assim, as fachadas dos velhos casarões do Largo da Saúde foram reformadas e pintadas para denotar certo envelhecimento. Os cenários cumpriram os mesmos objetivos de trazer o universo baiano buscando ser fiel à personalidade de seus habitantes.
Curiosidades:
- No livro, a história se passa entre os anos 1930 e 1940. Na minissérie, a trama foi atualizada para os anos 1990. Entre as novidades trazidas pela adaptação, Marcílio Moraes criou um casal homossexual inexistente na obra original, formado por duas filhas de bicheiros, Celeste (Dira Paes) e Juliana (Cyria Coentro), que iniciam um romance depois que a primeira se desilude com Vadinho, seu primeiro namorado. Além disso, a minissérie incorporou à trama o núcleo dos bicheiros, os vilões, que assumiu grande destaque.
- Para compor um personagem que tocava na fictícia Orquestra de Câmara Filhos de Orfeu, Marco Nanini teve aulas de fagote com o maestro Aloísio Fagerlande, que também dublou o ator.
- Antes de se tornar minissérie, a obra de Jorge Amado já havia ido às telas de cinema pelas mãos de Bruno Barreto, em 1975. Tendo sido recordista de público – com mais de 12 milhões de espectadores –, o filme trazia José Wilker como Vadinho, Sônia Braga como Flor e Mauro Mendonça como Teodoro.
- Reapresentada em junho de 2002, Dona Flor e seus dois maridos foi vendida para diversos países, como Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Honduras, Israel, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Trilha sonora:
- Além de uma trilha sonora explorando ritmos baianos antigos e atuais, o produtor musical da minissérie João Paulo Mendonça também compôs a canção Arrulhos de Florípedes, um solo de fagote que Teodoro compõe para Flor. Nas cenas na boate, Marilda, interpretada pela atriz e cantora Thalma de Freitas, aparece cantando canções como Toda sexta-feira, de Adriana Calcanhoto; Terra de índio e Ladeira, de autoria de Nana Xará e Edurado Caribe; e Toda menina baiana, de Gilberto Gil. Daniela Mercury, Ricardo Chaves, Banda Eva e a banda feminina Didá fizeram participações especiais na trama.
Fonte: Memória Globo
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