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terça-feira, 30 de março de 2010

Decadência



Autoria: Dias Gomes
Direção: Roberto Farias e Ignácio Coqueiro
Direção artística: Carlos Manga
Período de exibição: 05/09/1995 - 22/09/1995
Horário: 21h30
Nº de capítulos: 12

Elenco:
Adriana Esteves - Carla adulta
Alessandra Aguiar - Carla criança
Almir Alves - motorista dos Couto Neves
Ana Paula Desnzi - pastora da igreja de Mariel
Andrea Cavalcanti
Anita Terrana
Antonio Calloni - Cleto
Araujo Hulk - segurança de Mariel
Ariclê Perez - Celeste
Ariel Coelho - copeiro de Pedro Jorge
Barbara Souza- Suzana criança
Beatriz Taunay
Bernadete de Castro
Betty Goffman- Suzana adulta
Carla Alexander - tarefeira da igreja de Mariel
Carla Faour
Carlos Eduardo - pastor da igreja de Mariel
Carlos Wagner - jardineiro da mansão
Cassio Gabus Mendes - padre Giovani
Celso André - Hilário
Ceumar Adilson - pastor da igreja de Mariel
Cibele Larrama- Mariana
Claudia Telles
Claudio Sá - segurança de Mariel
Creuza de Carvalho
Diogo Dahl - Felipe
Edmilson da Conceição - pastor da igreja de Mariel
Edson Celulari - Mariel Batista adulto
Flavia Moura - pastora da igreja de Mariel
Gilda Villaça - repórter
Gilmar Silva - pastor da igreja de Mariel
Gudivan Albuquerque - pastor da igreja de Mariel
Gustavo Otoni
Heitor Martinez - Guga
Helio Inácio- segurança de Mariel
Ingra Liberato - Rafaela Couto Neves
Isadora Ribeiro - Sueli
Jamaica Magalhães - pastora da igreja de Mariel
Jeferson Negão - segurança de Mariel
João Carlos - motorista de Rafaela
João Felipe - Vicentinho
Joel Silva - Detetive Abreu
Kelly Costa
Kleber Brandão - tarefeiro da igreja de Mariel
Laercio Fonseca - tarefeiro da igreja de Mariel
Laura de La Roque - tarefeira da igreja de Mariel
Lavinea Fernandes - tarefeira da igreja de Mariel
Léo Wainer - advogado Mariel
Leonardo Biagioni - Vicentinho caos 15 anos
Leonardo José- deputado
Luciana Coutinho - menina do bolo
Luís Eduardo Amaral - repórter
Luiz de Bragança - pastor da Igreja de Mariel
Luiz Fernando Guimarães - PJ (Pedro Jorge) adulto
Marcela Aguiar - Sônia criança
Marco Calzolari
Marcos Polo
Maria Padilha - Sônia adulta
Maria Zilda Bethlem - Irene
Marisa Grieco
Milena Timóteo - pastora da igreja de Mariel
Milton Gonçalves - Jovildo Siqueira
Moyses Faria - pastor da igreja de Mariel
Nadia Miguel
Nadia Miguel - pastora da igreja de Mariel
Nilton de Castro
Norma Geraldy - Dalva Tavares Branco
Olga Minardi - empregada dos Couto Neves
Oswaldo Loureiro - Emiliano Couto Neves
Patricia Lopes
Patrícia Novaes - Marta
Paulo Gorgulho - delegado Etevaldo Morsa
Paulo José - cego
Rachel Iantas - secretária Dr. Vitor
Rafael Mondego - Neco
Raul Gazolla - Vitor Prata
Raul Labanca - motorista de Mariel
Regina Guimarães - Pastora da Igreja de Mariel
Renata Moreira - tarefeira da igreja de Mariel
Renata Moreno - tarefeira da igreja de Mariel
Ricardo Blat - pastor
Robson Sanchez - Pedro Jorge criança
Rogerio Fabiano
Ronaldo Carvalho - pastor da igreja de Mariel
Rubenilson Pinheiro - traficante
Rubens Correa - Albano Tavares Branco
Saulo d'Figueiredo
Sergio Henrique - Pastor da Igreja de Mariel
Silvia Bandeira - Estela Couto Neves
Solange Badim - datilógrafo do Dr. Albano
Stênio Garcia - Albano Tavares Branco Filho
Tiago Queiroz - Mariel criança
Virgínia Nowick - Vilma Luchesi
Waldir Amâncio
Washington Motta - pastor da igreja de Mariel
Yolanda Cardoso - Tia Lalu
Zezé Polessa - Jandira

A Trama:
- A história se passa entre 1984 e 1992. No primeiro capítulo, os personagens são apresentados ao público em rápidas cenas de flashback. Muitos dos fatos históricos que marcam o cenário brasileiro nesse período servem como pano de fundo para o desenrolar da trama, que, entre outros assuntos, trata de ambição, corrupção e fé.
- Em junho de 1970, quando a seleção de Pelé e Gérson conquista a Copa do Mundo, o padre Giovanni (Cássio Gabus Mendes) faz um pedido ao jurista Tavares Branco (Rubens Corrêa), para que ele dê um lar a Mariel (Tiago Queiroz), um pobre menino órfão que precisava ser afastado das más companhias da rua. O pedido é atendido por Tavares e sua esposa Dalva (Norma Geraldy), que encontram na criação da criança um modo de praticar uma boa ação. Mariel passa a morar na mansão da família Tavares Branco sob os cuidados da criada Jandira (Zezé Polessa). - Mariel cresce apadrinhado por Tavares, entre seus indiferentes netos Carla (Alessandra Aguiar), Suzana (Bárbara de Souza). Sônia (Marcela Aguiar) e Pedro Jorge (Robson Sanches). Logo em seguida, a trama continua em 1984, com as crianças já adultas, quando Tavares é presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e viúvo. Para não ficar a sós em casa, apenas na companhia de sua irmã Lalu (Yolanda Cardoso), ele pede ao seu filho Albano (Stênio Garcia) que passe a morar em sua mansão com Celeste (Ariclê Perez) e os filhos.
- Dos netos, Pedro Jorge (Luiz Fernando Guimarães) é o mais desajuizado. Sem morar com os pais, é sua irmã Sônia (Maria Padilha) que cria Vicentinho (João Phelipe, aos oito anos), o filho que ele teve por descuido com Irene (Maria Zilda), mais uma de suas aventuras amorosas. Suzana (Betty Goffman) se interessa por Vitor Prata (Raul Gazolla), um conceituado cirurgião que chegou dos Estados Unidos para uma visita a suas primas distantes. Entretanto, ele se sente atraído por Carla (Adriana Esteves), que se tornou uma jovem rebelde, contestadora e militante do Partido dos Trabalhadores.
- Mariel (Edson Celulari) torna-se motorista da família e objeto do desejo doentio de Jandira. Ele tem um envolvimento tórrido com Carla, mas Jandira conta sobre o romance a Tavares. Eles são descobertos, e Mariel acaba expulso da mansão acusado de estupro.
- Passado algum tempo, o ex-motorista reencontra Jandira, que ainda é apaixonada por ele, mesmo não sendo correspondida. Ambos passam a freqüentar cultos em uma igreja evangélica, onde ele inicialmente tem uma experiência de paz, sendo atraído pelos cânticos e sentindo-se tocado por Deus. Mas logo seus anseios espirituais são trocados pela ambição, ao ver o desprendimento das pessoas nos momentos de ofertório dos cultos.
- Em pouco tempo, Mariel passa a estar ao lado de pastor Jovildo (Milton Gonçalves) fazendo os apelos. Um dia, ele conta receber uma revelação espiritual e funda o Templo da Divina Chama, ao lado Jandira, que lhe prometera eterna dedicação.
- A minissérie segue, então, contrapondo o exponencial enriquecimento de Mariel com a ruína financeira da família Tavares Branco. À proporção que o número de igrejas se espalha pelo país, mais as pregações de Mariel passam a se afastar dos próprios princípios cristãos que tanto o tocaram inicialmente, sendo substituídos pela ganância e necessidade de vingança.
- O sonho de Mariel é, então, comprar a mansão para construir um de seus templos. Nesse momento, ele reencontra Carla e seus irmãos, e tenta negociar a compra do imóvel.
- No entanto, no ápice de sua carreira de líder religioso, ele se vê ameaçado pelo pastor Jovildo, que desconfia de irregularidades financeiras praticadas com dinheiro de membros da igreja. Jovildo acaba descobrindo toda a podridão do ex-motorista, levando a uma cisão na igreja. Há um confronto violento entre eles. Carla tenta ajudar Mariel e pede que Vitor intervenha no conflito. Forma-se, então, um triângulo amoroso entre Mariel, Carla e Vitor, que perdura durante toda trama.
- A minissérie integra os personagens a momentos históricos importantes. Os atores aparecem como se contracenassem com parlamentares, presidentes da República e sindicalistas em momentos como a morte de Tancredo Neves, a campanha das Diretas e o impeachment do então presidente Fernando Collor.
- O delegado Etevaldo Morsa (Paulo Gorgulho) é o único a se dedicar à investigação sobre as irregularidades financeiras de Mariel. Quando consegue provas para incriminá-lo judicialmente, Jandira faz uma visita a Sueli (Isadora Riberiro), esposa do detetive, e propõe um acordo para o fim das investigações, oferecendo milhões ao casal. Sueli afirma que, por ela, está tudo bem, mas que o seu marido não aceitaria.
- Celeste, esposa de Albano, recebe uma fita anônima que comprova a infidelidade de seu marido, que fora pego com outra mulher na cama. Ao saber da situação, Albano não resiste e morre por complicações cardíacas. Após a morte do pai, Suzana tem um sonho no qual ele pede que ela nunca deixe aquela casa, sendo este o maior bem deixado para a sua família. Carla, ainda dividida, acaba decidindo por Mariel, que marca a data do casamento.
- No dia do casamento, Jandira, inconformada com a união do casal, conta a Carla sobre a participação de Mariel no flagrante dado por seu pai com outra mulher, acabando por culpá-lo de sua morte. Com todos a espera, Carla desce e vai embora vestida de noiva, decepcionada com Mariel, que, por sua vez, recebe a visita do detetive Morsa para prendê-lo. Mariel propõe suborno, mas acaba sendo preso. Na fuga, Carla é consolada por Vitor. No fim, Mariel acaba sendo solto por habeas corpus e expandindo seus templos para a Itália.
- A mansão dos Tavares Branco pega fogo, representando a decadência e a ruína da poderosa família. Suzana nega-se a sair de casa e morre em meio às chamas, enquanto sua irmã Carla, impedida de passar pelos bombeiros, assiste a tudo do lado de fora.

Produção:
- Petrópolis (RJ) serviu como locação das cenas na mansão dos Tavares Branco durante dois meses. Para reforçar a idéia de passagem de tempo, a cenógrafa Claudia Alencar foi responsável por cuidar do envelhecimento gradativo dos móveis e das paredes da casa. O incêndio foi todo realizado em computação gráfica.
- Foram utilizados em Decadência os mesmos recursos de efeitos especiais utilizados no filme Forrest Gump, do diretor Robert Zemeckis. A intenção estava em fazer com que os personagens ficcionais contracenassem originalmente em momentos históricos importantes, através de imagens jornalísticas de arquivo. Como exemplo, temos a cena em que Tavares Branco pode ser visto no palanque das Diretas Já, ou a jovem Carla protestando em meio a uma manifestação de caras-pintadas, misturando-se cenas gravadas e imagens de arquivo.

Curiosidades:
- Apresentada como parte das comemorações dos 30 anos da TV Globo, a minissérie causou polêmica junto a grupos evangélicos, que associaram sua apresentação a um ataque direto à religião protestante, principalmente à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Para evitar maiores problemas, a Central Globo de Produção e a vice-presidência de Operações da Rede Globo decidiram incluir na abertura da minissérie um texto lido por Edson Celulari que dizia ser “imprescindível renovar seu respeito a todas as religiões”.
- A Rede Globo se defendeu dizendo não ter a pretensão de criticar os evangélicos nem nenhum de seus líderes. No entanto, uma reportagem da Folha de S. Paulo de 9 de setembro do mesmo ano mostrou que as falas do personagem principal da trama reproduziam literalmente trechos de uma entrevista dada por Edir Macedo à revista Veja em 1990. A partir de então, criou-se o que a imprensa passou a se referir como “Guerra Santa” entre a Globo e a Universal. A Record revidou com programas que criticavam abertamente a Globo. Um acordo entre Eduardo Lafon (diretor da Record) e Boni (vice-presidente de Operações da Rede Globo) pôs fim aos ataques entre as emissoras.
- A minissérie foi vendida para diversos países, como Angola, Bolívia, Bulgária, Canadá, Colômbia, Equador, Eslovênia, Nicarágua, Panamá, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

2 comentários:

Unknown disse...

Uma das cenas mais polêmicas da minissérie é aquela que o pastor Mariel convence a esposa do pastor Jovildo de que ela deveria ter relações sexuais com ele ao invés do marido, alegando que Jovildo estava possuído pelo demônio.

Evil Papagali disse...

meu professor de história participou dessa minisérie :D