quarta-feira, 31 de março de 2010
JK
Autoria: Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira
Colaboração: Geraldo Carneiro, Letícia Mey e Rodrigo Arantes do Amaral
Direção: Dennis Carvalho, Amora Mautner, Vinicius Coimbra, Maria de Medicis e Cristiano Marques
Direção geral: Dennis Carvalho
Direção de núcleo: Dennis Carvalho
Período de exibição: 03/01/2006 – 24/03/2006
Horário: 23h
Nº de capítulos: 46
Elenco:
Adriana Londoño - Maria de Las Mercedes
Adriano Stuart - Genaro Piero Cavallini
Affonsinho Heliodoro - César Prates
Alberto Szafran - Juscelino Kubistchek, 12/15 anos
Alessandra Negrini - Yedda Ovalle Schmidt
Amanda Wendling
Ana Carbatti - Guiomar
Ana Cecília Costa - Madalena
Ana Kutner - Cirlene
André Barros - Clóvis
André Frateschi - Odilon Bherens, jovem
Andrea Dantas - Virgínia
Andrea Murucci - Idalina
Andréia Horta - Márcia Kubitschek
Antonio Calloni - Augusto Frederico Schmidt
Ariclê Perez - Júlia Kubitschek de Oliveira
Arthur Koll - General Lott
Aruana Zambi - Augusta Generosa
Augusto Garcia
Betty Gofman - Abigail Fernandes
Bianca Lyrio – Salomé, criança
Bianca Salgueiro - Maria Estela, criança
Bruna Furtado
Bruna Guimarães - Ilvinha
Bruno Teixeira
Bukassa Kabenguele - Fred Moreno
Caco Ciocler - Leonardo Faria
Camila Morgado - Ana Rosenberg
Camilo Bevilacqua - Odilon Bherens
Carlos Ferreira - Getúlio Vargas
Carmo Della Vecchia - Carlos Vasconcellos
Cássia Kiss - Tia Maria
Cássio Gabus Mendes - Gaúcho
Chico Aníbal - Padre Alfredo Kobal
Chico Expedito - Coronel Brandão
Christiana Guinle - Coracy
Christovam Netto - Maciste
Clarisse Abujamra - Lucinda Romão
Claudia Netto - Carmen Dulce
Claudio Jaborandí - Seu Zé
Dakine - Dulce Nunes
Dan Stulbach - Zinque
Daniel Dantas - Dr. Raul
Débora Bloch - Dora Amar, pseudônimo de Dolores Mariz
Débora Falabella - Sarah Lemos Kubitschek, jovem
Deborah Evelyn - Salomé
Deborah Sargentelli - Maria da Conceição Kubitschek de Oliveira, Naná criança
Denise Del Vecchio - Maria da Conceição Kubitschek de Oliveira, Naná adulta
Domingos Oliveira - Jayme Ovalle
Domingos Meira - Sergio Sá
Dudu Azevedo - Cássio Machado
Eliane Giardini - Tarsila do Amaral
Emílio De Mello - Carlos Murilo Felício dos Santos
Eva Wilma - D. Luisinha Negrão
Fábio Assunção - João César
Fábio Lago - Severino
Fabrizio Teixeira - Newton
Felipe Mônaco - Lourival
Gabriela Hess - Judite
Genésio Nogueira - Dilermando Reis
Geraldo Peninha - Sica
Gilberto Marmoros - Padre Eustáquio
Gilles Gwizdek - padre-reitor
Gillray Coutinho
Guilhermina Guinle - Maguí
Helio Cícero - Renato Archer
Hugo Carvana - Jorge Sampaio
Ida Gomes - Irmã Maria
Ilya São Paulo - Joaquim
Isabela Coimbra - Silvinha
Isabela Garcia - Déa
Isabella Parkinson - Cândida
Ivan Fernandes - Carlos Drummond de Andrade
Ivo Fernandes - Vitorino Freire
Jitman Vibranovski - Gabriel Passos
João Rafael Schüller
John Vaz - João Goulart
Jorge Lucas - Jucelino Felício dos Santos, Celino
José de Abreu - Carlos Lacerda
José Rubens Chachá - Oswald de Andrade
José Wilker - Juscelino Kubitschek de Oliveira
Julia Almeida - Helô Machado
Julia Lemmertz - Júlia Kubitschek de Oliveira, jovem
Juliana Mesquita - Maria da Conceição Kubitschek de Oliveira, Naná, jovem
Juliana Terra - Corina
Juliano Righeto - João Milton Prates
Keli Freitas - Das Dores
Letícia Sabatella - Marisa
Lívia Palma
Liz Maggini
Louise Cardoso - D. Luisinha Negrão, jovem
Lucci Ferreira - Antenor
Luciano Chirolli - Dr. Mata Machado
Ludoval Campos - Tancredo Neves
Luis Melo - Coronel Licurgo
Luiz Arthur - Geraldo Carneiro
Luiza Mariani - Idalina Lemos
Malu Bierrenbach - Vera Brant
Manoela do Monte - Amália
Manoelita Lustosa - parteira
Marc Franken - Zinque, jovem
Marcela Barrozo - Maria da Conceição Kubitschek de Oliveira, Naná, criança
Marcelo Laham - Thales da Rocha Viana, jovem
Marcelo Vázea - Gabriel Passos, jovem
Marco Antonio Pamio - Vilsinho, Wilson Coutinho
Marco Ricca - Roberto Marinho
Marcos Caruso - Lúcio Costa
Marcos França - Gustavo Capanema
Maria Laura Nogueira
Maria Manoela - Celeste
Maria Mariana Azevedo - Marcia Kubitschek, criança
Mariana Ximenes - Lilian Gonçalves
Marília Gabriela - Celita Bueno Cavallini
Marília Pêra - Sarah Lemos Kubitschek
Mateus Solano - Julio Soares, jovem
Matheus Landim
Mila Moreira - Maria Alice
Murilo Grossi - Coronel Affonso Heliodoro
Nana Gouveia - Minon Vesúvio
Nathalia Timberg - Baronesa do Tibagi
Newton Martins - Olegário Maciel
Otávio Augusto - Benedito Valadares
Otávio Muller - Coronel Orozimbo Fialho
Pascoal da Conceição - Mário de Andrade
Patricia Werneck - Silvinha
Paulo Betti - José Maria Alkimin
Paulo Goulart - Israel Pinheiro
Paulo José - Augusto Elias
Paulo Nigro - Luis Felipe Bueno Cavallini
Pedro Garcia - Pedro Nava
Plínio Soares - Guilherme de Almeida
Quitéria Chagas - Josephine Baker
Rafael Miguel - Antenor, criança
Rafaela Mandelli - Amélia Kubitschek
Ranieri Gonzalez- José Maria Alkmim, jovem
Raquel Bonfante - Maria da Conceição Kubitschek de Oliveira, Naná, criança
Raul Cortez - Antônio Carlos
Regina Braga - Alzira
Rhani Seda - Amália, criança
Ricardo Blat - Thales da Rocha Viana
Roberta Rodrigues - Adosinda
Roberto Frota - Coronel Fulgêncio
Rodrigo Lima - Cabo Firmino
Rodrigo Penna - Oscar Niemeyer
Rosane Holland - Maria Luísa Lemos
Samara Felippo - Maria Estela Kubitschek
Sergio Cavalcante - Francisco Amaral
Sergio Viotti - Adolpho Bloch
Tato Gabus Mendes - Julio Soares
Thais Garayp - D. Cota
Thales Moraes - Zinho
Tuna Dwek - Olímpia Garcia
Victor Freeland - Dr. Balena
Vinícius Barcellos - Juscelino Kubistchek, 7/10 anos
Vinícius Moreno - Juscelino Kubistchek, 3 anos
Wagner Moura - Juscelino Kubitschek de Oliveira, jovem
Werner Schünemann - Bernardo Sayão
Xando Graça - Coronel Florêncio
Xuxa Lopes - Camilinha Sampaio
A Trama:
- Baseada na trajetória de Juscelino Kubitschek, a minissérie é dividida em três fases: a primeira dura apenas o capítulo inicial e mostra o nascimento e a infância de Juscelino até a morte de seu pai. A segunda, com duração de 15 capítulos, contempla o período que vai do início da faculdade de Medicina, passa pelo seu ingresso na vida política e segue até a posse como prefeito de Belo Horizonte. Por último, a minissérie mostra a trajetória do político, já em plena atividade, até ser eleito presidente da República e, depois, sua vida no exílio e o acidente automobilístico que o matou, em agosto de 1976. Na primeira fase da história, que mostra Juscelino Kubitschek dos três aos 15 anos, o personagem é vivido pelos atores Vinícius Barcellos, Vinícius Moreno e Alberto Szafran. Na segunda, o papel é desempenhado por Wagner Moura, e, na última fase, por José Wilker.
- O primeiro capítulo começa em 1956, quando Juscelino Kubitschek prepara-se para tomar posse como presidente da República. Ao ser aclamado pelo povo nas ruas, o político começa a relembrar de toda a sua trajetória, começando com a infância, em Diamantina, Minas Gerais, onde nasceu. Através da história de Juscelino Kubitschek, a minissérie apresenta ao telespectador a vida de um político que proporcionou ao Brasil uma era de otimismo, no final dos anos de 1950. Além de contemplar seu papel como homem público, a minissérie aborda a vida privada de Juscelino Kubitschek, trazendo histórias de sua vida como homem comum, a relação com os amigos, a família, os amores e a forma como ele encarava a vida.
- Filho do caixeiro-viajante João César de Oliveira (Fábio Assunção) e da professora primária Júlia Kubitschek (Julia Lemmertz/ Ariclê Perez), Juscelino Kubitschek nasce em 12 de setembro de 1902. Ainda muito menino, perde o pai, vítima de tuberculose. Sua mãe passa a ter dificuldades para criar os dois filhos, Juscelino e Maria da Conceição Kubitschek de Oliveira, a Naná. Entre os quatro e 16 anos, a personagem foi vivida por Raquel Bonfante, Débora Sargentelli e Marcela Barrozo; na segunda e terceira fases da minissérie, Juliana Mesquita e Denise del Vecchio interpretaram o papel da irmã de Juscelino. Apesar das inúmeras dificuldades e do sofrimento pela perda do marido, a mãe de Juscelino assume sozinha a educação dos filhos, tarefa que desempenha com doçura e firmeza.
- A amizade de Juscelino com a irmã e as temporadas que passa na casa do avô materno, Augusto Elias (Paulo José), amenizam a dura vida que o menino leva. Com a morte do avô e a ida da irmã para o internato religioso, Juscelino, então com pouco mais de dez anos, começa a se dar conta da dificuldade financeira de sua mãe e decide procurar um trabalho para ajudar em casa.
- Os anos se passam e Juscelino faz tudo para ajudar a mãe, sua grande amiga e companheira. A primeira paixão do rapaz é Amália (Manuela do Monte), com quem também sofre sua primeira desilusão amorosa. Seu melhor amigo é José Maria Alkmim (Ranieri Gonzalez/Osmar Prado), moço tão pobre quanto ele, apaixonado por Das Dores (Keli Freitas), com quem consegue se casar alguns anos depois. Os dois acabam seguindo caminhos semelhantes e permanecem unidos ao longo de toda vida, construindo uma sólida e sincera amizade.
- Graças aos esforços de sua mãe, Juscelino consegue completar os estudos e ingressar na faculdade de Medicina, em Belo Horizonte. Com a ajuda de Mata Machado (Luciano Chirolli), consegue um trabalho como telegrafista em Belo Horizonte e começa a ganhar seu primeiro salário. Para poder dar conta dos estudos e do trabalho, ele estuda durante o dia e trabalha de madrugada. Nesse momento, ele deixa Diamantina e vai morar na pensão de Dona Cota (Thais Garayp), em Belo Horizonte, onde conhece e se torna amigo de Odilon Behrens (André Frateschi/Camilo Bevilacqua), Julio Soares (Mateus Solano/Tato Gabus Mendes) e Thales da Rocha Viana (Marcelo Laham), noivo de sua prima Virgínia (Maria Laura Nogueira). Alguns anos depois, Juscelino apresenta sua irmã Naná ao amigo Julio Soares. Os dois se apaixonam à primeira vista e acabam se casando.
- Graças a seu esforço, a vida profissional de Juscelino segue bem. Ele consegue um emprego na enfermaria da Clínica Cirúrgica da Santa Casa e passa a frequentar cinemas, clubes e festas, tudo o que não podia fazer antes por falta de dinheiro. É nesse momento que ele conhece a segunda grande paixão de sua vida, Sarah Lemos (Débora Falabella/Marília Pêra), uma jovem de tradicional família mineira, por quem se apaixona à primeira vista. Por sua condição social, Juscelino sabe que será difícil aproximar-se de Sarah, mas ele não consegue esquecê-la.
- Durante um evento beneficente, ele encontra Sarah e, apaixonado, convida-a para dançar. Os dois acabam se beijando, mas Sarah também teme que sua família rejeite o romance dos dois por ele não pertencer a uma família tradicional. Destemido, Juscelino decide ir à casa de Sarah pedir sua mão em casamento para Luisinha Lemos (Louise Cardoso/Eva Wilma), mãe da jovem. Para surpresa do casal, Luisinha não se opõe à união, e os dois decidem, então, marcar a data do casamento. Porém, os planos do casal são alterados quando Juscelino decide fazer uma especialização em urologia em Paris. Insatisfeita com a decisão do noivo, Sarah chega a terminar definitivamente o noivado, acusando Juscelino de estar adiando o compromisso por não amá-la. No entanto, quando Juscelino retorna ao Brasil, Sarah o perdoa, e os dois finalmente se casam.
- De volta ao seu país, Juscelino começa a trabalhar no Hospital Militar como chefe do Serviço de Urologia, com a patente de capitão-médico. Como médico da Polícia Militar, é convocado para lutar por Minas Gerais contra os paulistas na Revolução de 1932. Sua heróica atuação chega aos ouvidos de Benedito Valadares (Otávio Augusto), e os dois tornam-se grandes amigos.
- Valadares é indicado por Getúlio Vargas para ser interventor em Minas Gerais e decide nomear Juscelino Kubitschek secretário de Governo. Como chefe de gabinete, Juscelino estreita laços com os prefeitos do interior e acaba se candidatando e sendo eleito deputado federal, no mesmo ano que seu amigo e fiel companheiro José Maria Alkmin.
- Os novos rumos profissionais de Juscelino, que passa a se dedicar à vida pública com mais intensidade, não agradam em nada sua mulher, Sara. Ela não apóia o marido quando o vê deixar a Medicina em segundo plano para se dedicar à política. Sara sofrera com a morte do pai, uma figura importante na política mineira, que acabou sofrendo grandes decepções profissionais que o levaram à depressão e à morte. Sarah jurou jamais casar-se com um homem que estivesse ligado à política. A vocação de Juscelino, no entanto, fala mais alto e, mesmo decepcionando a mulher, ele não desiste de seus objetivos na vida pública.
- Paralelamente à trajetória de Juscelino, a minissérie narra a trama da família do coronel Licurgo (Luis Melo), casado com Maria (Cássia Kiss) e pai de Zinque (Marc Franken/Dan Stulbach). Personagem fictício, Licurgo representa o típico coronel do interior, um homem autoritário e reacionário. Falso cristão, prega as leis da Igreja, mas vive de acordo com seus valores pessoais. Não tem amor pela esposa, nem pelo próprio filho.
- Maria é uma mulher de boa índole, sem instrução, que sofre com a repressão do marido. É muito companheira do filho, Zinque, um rapaz introspectivo, maltratado pelo pai, de quem sente muito medo. Seu grande sonho é seguir a vida religiosa, mas Licurgo não aceita a vocação do filho e insiste que ele se case. Para isso, o coronel faz um acordo com sua amante, Marlene (Ana Cecília Costa), para que ela se torne esposa de Zinque. Sem alternativas, Zinque acaba se casando com Marlene e sua vida transforma-se em um verdadeiro inferno. Licurgo continua a ter relações com Marlene em sua própria casa, onde moram o filho e a mulher. Maria sofre em silêncio, pois não tem coragem de enfrentar o marido. Enquanto isso, Marlene e Zinque vivem como dois desconhecidos, mas, aos poucos, ela começa a se afeiçoar ao rapaz, e os dois estabelecem uma relação de amizade e confiança.
- A situação de Zinque e Marlene se agrava quando ela engravida de Licurgo. Zinque acaba assumindo a paternidade do próprio irmão, a quem batiza de Antenor (Rafael Miguel/Lucci Ferreira). Com o passar do tempo, Marlene sente-se sufocada com a perseguição de Licurgo e com o sofrimento que ele causa não só à ela, mas a Zinque e à Maria. Desesperada, ela decide fugir da fazenda do coronel e acaba morrendo quando tenta atravessar o rio.
- Outra personagem importante na história que cruza a vida de Zinque é sua prima Salomé (Bianca Lyrio/Débora Evelyn). Na segunda parte da história, depois de ficar órfã de pai e mãe, Salomé começa a dançar tango no cabaré de Olímpia (Tuna Dwek). Lá, ela conhece seu parceiro, Leonardo (Caco Ciocler), por quem se apaixona. Salomé esconde que trabalha como dançarina, pois dançar em um cabaré é inadmissível para uma jovem pertencente a uma tradicional família mineira.
- Um dia, seu tio, o coronel Licurgo, freqüentador assíduo do cabaré de Olímpia, vê a sobrinha em uma apresentação. Indignado, ele atira em Leonardo, chegando a atingi-lo, e arrasta Salomé de lá à força, levando-a para morar com ele em sua fazenda. Salomé nunca mais tem notícias de Leonardo e acha que ele morrera, assassinado pelo próprio tio. Ela passa a ter uma vida infeliz na casa do repressor coronel. Zinque, solidário com a tristeza da prima, propõe que os dois se casem e vivam como irmãos, assim o coronel a deixará em paz. Salomé aceita a proposta de Zinque, mas não consegue suportar por muito tempo as maldades do tio e decide fugir. Ela parte para Belo Horizonte, onde consegue um emprego como enfermeira, graças à ajuda de Juscelino.
- Na capital mineira, Salomé acaba descobrindo que Leonardo está vivo, e eles voltam a ter um romance às escondidas. Salomé engravida de Silvinha (Patrícia Werneck), mas decide não revelar a gravidez para Leonardo quando descobre que ele é casado, tem um filho e é deputado pela UDN, um dos mais ferozes adversários de JK. Silvinha, então, cresce pensando ser filha de Zinque.
- Enquanto isso, Juscelino Kubistchek investe em sua carreira política. Em fevereiro de 1940, é convidado por Benedito Valadares para assumir o cargo de prefeito de Belo Horizonte. Inicialmente, declara que não aceitará o convite, pois gostaria de se dedicar à Medicina, mas acaba fazendo um acordo, assumindo o cargo e mantendo também sua atividade como médico. Um dos marcos de seu trabalho como prefeito da capital mineira é a construção do conjunto arquitetônico da Pampulha, empreendimento comandado por um jovem e promissor arquiteto, Oscar Niemayer (Rodrigo Penna), um dos marcos da moderna arquitetura brasileira. Nesse mesmo ano, nasce sua filha, Márcia Kubitschek (Maria Mariana Azevedo/Andréia Horta). A menina tem saúde frágil e exige cuidados especiais da família. Sarah dedica-se dia e noite à filha, até que o casal resolve adotar mais uma criança, Maria Estela (Bianca Salgueiro/Samara Felippo), que chega à família com quatro anos de idade.
- Depois da prefeitura de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek torna-se governador de Minas Gerais, derrotando seu concunhado, Gabriel Passos (Marcelo Vázea/ Jitman Vibranovski). Ao lado de companheiros como José Maria Alkmin e Odilon Behrens, inicia um governo que se apoia no binômio “energia e transporte”. Nesse momento, mais uma personagem importante cruza o caminho de Juscelino Kubitschek: a bela e doce Marisa (Letícia Sabatella), a miss primavera de Uberaba, por quem o governador fica encantado. Os dois voltam a se encontrar quando Juscelino Kubitschek é eleito presidente do Brasil e tornam-se amantes.
- A minissérie mostra toda a campanha de Juscelino pela presidência da República pelo PSD, com João Goulart (John Vaz), do PTB, como candidato à vice-presidente. Durante a campanha, Juscelino conta com o apoio de Geraldo Carneiro (Luiz Arthur), Augusto Frederico Schmidt (Antonio Calloni) e do tenente João Milton Prates (Juliano Righeto), entre outros. Sua mulher, Sarah, assume a liderança dos comitês femininos, tendo papel fundamental na campanha.
- Nesse momento, a minissérie deixa de ser narrada em flashback e volta para o tempo presente. A posse de Juscelino e João Goulart é comemorada em uma grande festa no Itamaraty, com a presença de diplomatas, intelectuais, empresários e políticos, além de nomes como Geraldo Cavallini (Adriano Stuart) e sua esposa, Celita (Marília Gabriela); Dora Amar (Débora Bloch) e seu amante, coronel Fialho (Otávio Muller); e de Jorge Sampaio (Hugo Carvana) e Camilinha (Xuxa Lopes). A bela Marisa também comparece à festa, mesmo sem ter sido convidada. Com a ajuda da amiga e jornalista Ana Rosenberg (Camila Morgado), ela consegue entrar no evento, para alegria do novo presidente do país.
- A partir daí, passamos a acompanhar os anos de governo de Juscelino, a construção e inauguração da capital Federal, a estratégia com o Plano de Metas, o sonho de avançar 50 anos em 5, e os ataques ao governo movidos pela UDN e por parte da imprensa. Um de seus mais ferozes opositores é Carlos Lacerda (José de Abreu), proprietário do jornal carioca Tribuna da Imprensa, político filiado à UDN, que ataca Juscelino com virulência e, entre outras críticas, declara-se contra à construção de Brasília.
- Mesmo com a dura oposição, Juscelino segue em frente com o projeto da nova capital federal, que conta com a liderança do engenheiro e deputado federal Israel Pinheiro (Paulo Goulart). Oscar Niemeyer projeta a cidade que se tornará capital federal. Em março de 1957, em concurso organizado por Oscar Niemeyer, foi aprovado o plano-piloto de autoria do arquiteto e urbanista Lúcio Costa (Marcos Caruso) para a construção de Brasília. Em 21 de abril de 1960, a capital federal finalmente é inaugurada, deixando Juscelino emocionado.
- A sucessão presidencial estava próxima, e Juscelino começa a articular sua campanha. O resultado das eleições de 03 de outubro de 1960, no entanto, não são positivos: o candidato apoiado pela UDN, Jânio Quadros, vence a disputa com Juscelino. Nas eleições extraordinárias realizadas em 04 de junho de 1961, Juscelino elege-se senador por Goiás, na legenda do PSD. Em janeiro de 1961, Jânio Quadros assume a presidência da República.
- Em junho de 1964, com a ditadura militar instaurada, o mandato de Senador de Juscelino Kubistschek é cassado e seus direitos políticos, suspensos. O ex-presidente do Brasil é obrigado a se exilar na Europa – em Paris e Portugal. Ele chegou a retornar ao Brasil em outubro de 1965, mas, devido aos sucessivos inquéritos policiais-militares aos quais é submetido, Juscelino decide sair novamente do país. Só retorna ao Brasil em junho de 1966, quando recebe autorização do governo para permanecer no país por 72 horas para assistir ao funeral de sua irmã Naná.
- A história chega ao fim em 22 de agosto de 1976, com a morte de JK, no quilômetro 165 da Via Dutra, próximo à Resende (RJ). O carro em que Juscelino viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro invadiu a pista oposta e foi atingido por uma enorme carreta. Uma comoção popular tomou conta do velório e do enterro do ex-presidente do Brasil. O povo encontrou a oportunidade de sair às ruas e protestar contra a ditadura.
- Outros personagens de destaque na trama eram Yedda Ovalle Schmidt (Alessandra Negrini), mulher de Augusto Frederico Schmidt; Jayme Ovalle (Domingos Oliveira), poeta e músico, tio de Yedda; Abigail Fernandes (Betty Goffman), bibliotecária do Congresso, uma lacerdista fanática; e da luta de Alzira (Regina Braga) e Lílian (Mariana Ximenes), mãe e filha, por uma vida melhor. As duas trabalham como comerciantes, e Alzira esconde a identidade do pai de sua filha.
Produção:
- A maior parte das cenas da infância e juventude de Juscelino foi gravada na cidade mineira de Tiradentes. Juscelino nascera em Diamantina, Minas Gerais, mas Tiradentes, tombada como Patrimônio Histórico Nacional em 1938, possui ruas e lugarejos que retratam melhor uma cidade mineira do início do século XX, quando começa a história. Para ambientar a cidade, seis ruas receberam tratamento especial da equipe cenográfica. Casas e estabelecimentos comerciais ganharam nova pintura. Em muitos casos, a intenção era a de dar um aspecto envelhecido às construções. Quando as gravações chegaram ao fim, a equipe reconstituiu a decoração original da cidade.
- A minissérie também teve cenas gravadas em Diamantina e em Belo Horizonte, além de Santos, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Para as gravações na capital mineira, cerca de 100 profissionais, entre elenco e equipe técnica, foram deslocados do Rio de Janeiro. Foram gravadas diversas cenas, entre elas a da chegada de Juscelino na estação ferroviária de Belo Horizonte para fazer o concurso de telegrafistas dos Correios. Em Santos, o bonde da cidade e a rua do Comércio serviram de locações para uma seqüência de cenas que retratavam Belo Horizonte nas décadas de 1920 e 1940.
- Um dos maiores trabalhos da equipe de cenografia de JK foi mostrar, através da televisão, o processo de construção de lugares já edificados, como o Complexo da Pampulha, em Belo Horizonte, e a cidade de Brasília. A equipe responsável pela cenografia construiu, nos estúdios do Projac, uma maquete retratando o projeto da Pampulha e outra, de Brasília, sendo que esta última tinha o tamanho de um campo de futebol e foi utilizada como cenário. A minissérie mostrou todas as etapas de construção da capital federal. Em proporções vinte vezes menores, a maquete contava com um grande painel de chromakey que possibilitava, através de computação gráfica, a inserção de pessoas e objetos. A cena em que Juscelino chega ao Planalto Central foi gravada em Queimados, no norte fluminense.
- Para compor os ambientes, a equipe de produção de arte buscou objetos em brechós, lojas especializadas e feiras de antiguidade. A casa de Dona Júlia em Diamantina, por exemplo, era simples, sem luxos. Já a casa de Sarah, em Belo Horizonte, exigia adereços mais pomposos para os cenários. Ali, objetos art déco e art nouveau marcavam a sofisticação da tradicional família mineira.
- Para criar o figurino, a equipe baseou todo o trabalho em pesquisa histórica. Fotografias, jornais de época e entrevistas com pessoas que viveram a época retratada pela minissérie foram usadas para desenhar o visual dos personagens da minissérie. Para marcar a mudança de época, a equipe apostou na variação bem definida das cores. Em Diamantina, quando a dura infância e juventude de Juscelino e sua família é mostrada, a opção foram os tons de bege, com tecidos rústicos e mais pesados. Quando a ação da minissérie passa a se desenvolver em Belo Horizonte, a equipe utilizou a cor branca. No período em que o país vive tempos de euforia, próximo e posteriormente à posse de Juscelino, as cores usadas pelos personagens eram fortes e vibrantes. Por último, quando a história mostra os anos de 1970, com Juscelino exilado, o tom predominante era o cinza.
- O maior desafio para a equipe de caracterização foram as passagens de tempo que acompanham a história. Alguns personagens participam de décadas da trama, e, com a troca de elenco, foi necessário aproximar os diferentes atores que viveram um mesmo personagem através da caracterização. A atriz Julia Lemmertz, por exemplo, que interpreta a mãe de JK na primeira e segunda fases da minissérie, envelhece num processo lento, com detalhes sutis, para que o telespectador perceba, progressivamente, a passagem do tempo.
- A Revolução de 1932 também exigiu atenção especial da equipe de caracterização e maquiagem. Muitos homens se feriam nas batalhas, e era preciso que tudo parecesse o mais real possível. Para criar esse efeito, a maquiagem foi fundamental. Além disso, as imagens de explosões, fogo e tiro cruzado também mereceram cuidados extras. Houve um trabalho de pesquisa sobre o poder bélico dos estados na época e qual o poderio de fogo de cada tropa. Para algumas cenas foram utilizados efeitos especiais.
- A sequência da morte de Madalena também exigiu muito trabalho da equipe de efeitos especiais. A cena em que a personagem é arrastada pela correnteza do rio que cruza a fazenda do coronel Licurgo foi gravada com o apoio de uma equipe de dublês. Os dublês entraram na água para simular o afogamento, e a cena ainda foi composta por uma chuva artificial.
- A abertura de JK foi toda idealizada e produzida a partir do trabalho do arquiteto Oscar Niemeyer, responsável pelos projetos da capital brasileira durante o governo de Juscelino Kubitschek. Na primeira imagem da abertura, o telespectador tinha a impressão de que os traços estavam sendo desenhados na hora. Através de efeitos de computação gráfica, um balé de linhas transforma a imagem do Complexo da Pampulha, obra de Niemeyer, em uma silhueta de mulher. Deste novo desenho, os traços mais uma vez se movimentam, para então mostrar as obras de Brasília. Em seguida, a abertura mostra o logotipo da minissérie, preenchido por uma imagem em 3D do Memorial JK. Oscar Niemeyer aprovou a abertura da minissérie, que teve como trilha sonora a cantiga popular Peixe Vivo, na voz de Milton Nascimento, uma das canções preferidas de Juscelino.
- A minissérie teve consultoria histórica de Ronaldo Costa Couto, autor do livro Brasília Kubitschek de Oliveira. Antes de serem iniciadas as gravações, equipe de produção, direção e elenco se reuniram em um workshop sobre Juscelino Kubitschek, liderado pela historiadora Marieta de Moraes Ferreira. O historiador Ronaldo Costa Couto e o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos – autor de Feliz 1958: o Ano Que Não Devia Terminar – também participaram do workshop.
Curiosidades:
- O ator Marco Ricca deu vida ao jornalista Roberto Marinho, que apareceu em alguns capítulos da minissérie. O presidente das Organizações Globo era amigo íntimo de Augusto Frederico Schmidt, com quem Juscelino também tinha fortes vínculos afetivos e profissionais. Roberto Marinho, no entanto, criticava a política econômica adotada por Juscelino e declarava-se contra a transferência da capital federal para Brasília. Em uma das cenas da minissérie, Roberto Marinho vai à casa de Juscelino, em fevereiro de 1976, alertá-lo para que ele tomasse cuidado, pois sua vida corria perigo. O recado fora dado a Roberto Marinho por Armando Falcão, ministro da Justiça na época, e está registrado no diário de Juscelino Kubitschek, cuja a cópia foi cedida para a autora Maria Adelaide Amaral pelo jornalista Elio Gaspari. Nas duas outras vezes em que Roberto Marinho aparece na minissérie, ele está discutindo com Augusto Frederico Schmidt sobre a política econômica de JK e prestigiando a inauguração de Brasília, ao lado de sua esposa Stella Goulart Marinho.
- A sinopse de JK, escrita por Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, tem 120 páginas. Os autores e sua equipe de pesquisa estudaram e trabalharam durante um ano no roteiro, que narrou os 74 anos de vida do político.
- Os atores José Rubens Chachá, Eliane Giardini e Paschoal da Conceição fizeram uma participação especial na minissérie. Eles deram vida a Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade, personagens que interpretaram em Um Só Coração, minissérie de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira. Em JK, os artistas visitam a cidade de Belo Horizonte acompanhando o poeta suíço Blaise Cendrars, que visitava o Brasil pela primeira vez, o que realmente aconteceu, em 1924.
- Maria Adelaide Amaral declarou em entrevistas à imprensa que a idéia para escrever a minissérie sobre Juscelino Kubitschek surgiu durante um jantar com os jornalistas Zuenir Ventura e Elio Gaspari. Na época, a minissérie Um Só Coração estava sendo exibida, e os dois comentaram que Maria Adelaide Amaral poderia escrever sobre Juscelino Kubitschek.
- Através da minissérie, Geraldo Carneiro, co-autor de JK, pôde contar a história de seu pai, Geraldo Carneiro, que foi secretário particular de Juscelino Kubitschek. O papel foi desempenhado pelo ator Jorge Luiz.
- O diretor Dennis Carvalho narrou algumas seqüências do último capítulo da minissérie.
- JK foi o último trabalho da atriz Ariclê Perez, que interpretava a mãe do protagonista na fase final da história. A atriz morreu em 26 de março de 2006, aos 62 anos de idade, dois dias depois do fim da minissérie.
- A minissérie recebeu o prêmio Qualidade Brasil em três categorias: Melhor Telenovela ou Projeto Especial de Teledramaturgia, Melhor Autor de Teledramaturgia – Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira – e Melhor Direção de Teledramaturgia – Dennis Carvalho.
- Em 2006, a Editora Globo lançou o livro Juscelino Kubitschek, o Presidente Bossa-Nova, com prefácio de Maria Adelaide Amaral.
- O DVD da minissérie também foi lançado pela Globo Marcas no mesmo ano. Com cinco discos, além da minissérie na íntegra, o DVD traz um making of especial, cenas de bastidores – do momento da sua criação à realização das gravações – e entrevistas exclusivas com a equipe.
Trilha sonora:
- Para reviver a época da Bossa Nova, a trilha sonora de JK trazia sucessos como Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), na voz de Tom Jobim, Este Seu Olhar (Tom Jobim), interpretado por Dick Farney, e A Felicidade (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), entre outros clássicos.
- Também integram a seleção musical sucessos como Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi e Carlos Guinle), na voz de Gal Costa, Presidente Bossa Nova, de Juca Chaves, A Vizinha do Lado, de Dorival Caymmi, e Mulher, de Emílio Santiago.
- A versão de Peixe Vivo, de Milton Nascimento, música de abertura interpretada pelo cantor, foi feita especialmente para a minissérie.
Fonte: Memória Globo
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