
Autoria:  Jorge Furtado, Giba Assis Brasil e Carlos Gerbase
Direção  geral: Jorge Furtado
Direção de núcleo:  Guel Arraes
Período de exibição: 15/12/1999 - 17/12/1999
Horário:  21h30
Nº de capítulos: 3
Ana Paula Tabalipa - Elisa
Bruno Garcia - Braulito
Chico Diaz - Gomulka
Fernanda Torres - Dora
Julio Andrade - Tenente
Laverdógil de Freitas - Motorista de caminhão
Lisa Becker
Nelson Diniz - Detetive Gamboa
Nestor Monastério
Paulo Betti - Ramiro
Paulo José - Inspetor Monteiro
Sergio Lulkin - Preso
Tiago Real - Policial Oliveira
Tonico Pereira - Bráulio Tennembaum
Vanda Lacerda - Maria
Walderez de Barros - Carmen
Zé Adão Barbosa - Homem do guincho
Zé Victor Castiel - Homem do guincho
A Trama:
- Adaptada do romance homônimo do argentino  Mempo Giardinelli, a microssérie Luna caliente conta a história  dos desdobramentos trágicos que se sucedem a partir do envolvimento de  Ramiro (Paulo Betti), de 40 anos, com Elisa (Ana Paula Tabalipa), de 18  anos. Tendo como pano de fundo uma pacata cidade do interior do Rio  Grande do Sul, em janeiro de 1970, a trama tem início com o retorno de  Ramiro ao Brasil após oito anos de exílio na França.
- Ao chegar,  Ramiro revê o amigo Gomulka (Chico Diaz) e lhe pede emprestado seu  precioso veículo, um Ford mercury modelo 1946. Ramiro pretende visitar  um casal de amigos de longa data, Bráulio (Tonico Pereira) e Carmen  Tennembaum (Walderez de Barros), que não via desde que se mudara para a  França. Na casa dos Tennembaum, numa noite quente de lua cheia, ele  reencontra a filha do casal, a jovem Elisa, que se insinua para o  visitante. A moça se mostra particularmente curiosa em relação a sua  ex-mulher Dora (Fernanda Torres), que Ramiro deixou na França.
-  Apesar de ser convidado a passar a noite na casa de Bráulio e Carmem,  Ramiro decide seguir viagem e volta para o carro. Elisa o observa o  tempo todo da janela, e ele – alegando que o carro está afogado – aceita  pernoitar na casa dos amigos.
- Ramiro fica completamente seduzido  pela jovem de ar angelical. Enquanto todos dormem, ele vai ao quarto da  moça e a vê seminua. Ela o encara, ele segue até sua cama e, em seguida,  estupra-a. Ela ameaça gritar, mas ele a sufoca. Ao vê-la sem vida,  Ramiro foge. No entanto, é surpreendido pelo pai da jovem, que,  completamente embriagado, pede carona ao amigo até um lugar onde possa  beber sem a esposa por perto. O local fica próximo de uma ponte.
-  Eles seguem viagem, e Ramiro sente-se ameaçado pelo pai de Elisa, que  alega tê-lo visto no quarto da filha. Ramiro, então, agride o amigo, que  desmaia. Com a intenção de apagar as provas de seu crime, ele joga o  carro da ponte com o outro dentro.
- Na volta para casa, Ramiro pede  carona a um motorista de caminhão (Laverdógil de Freitas). Após o  acontecido, uma sucessão de erros impede que o protagonista retome sua  vida normal. Ele acaba embrenhando-se em caminhos cada vez mais difíceis  e incontornáveis, sem nenhuma saída aparente.
- Para surpresa de  Ramiro, ele encontra Elisa logo pela manhã em sua casa. Ele pede  desculpas, e ela acaba dizendo que havia gostado do que se passou entre  eles e que queria repetir. Diz que estava na cidade, junto com sua mãe,  apenas para procurar o pai, desaparecido desde a noite anterior. Após  insinuar que a bebida era a grande responsável pelo sumiço de Bráulio,  Ramiro diz que lhe emprestara o carro em função da insistência.
-  Nesse período, Dora chega à cidade para tentar convencer Ramiro a  retornar para Paris. Ele não aceita, pois acha que o casamento deles não  tem mais volta.
- A investigação do sumiço de Bráulio fica a cargo  do inspetor Monteiro (Paulo José), que busca a verdade do seu jeito:  colocando Ramiro como principal suspeito e investigando as provas de  forma a conseguir evidências de seu envolvimento no desaparecimento da  vítima. Sua aparência desgastada e cansada denota a pouca confiança na  Justiça da época, durante a ditadura militar. O processo criminal contra  Ramiro prossegue, e seu amigo Gomulka assume o papel de advogado de  defesa.
- Elisa possui também um irmão, que estuda medicina na  capital e só vem em casa nos fins de semana. É o Braulito (Bruno  Garcia), a quem conta do assédio de Ramiro. Braulito fica extremamente  enciumado pelo relacionamento dos dois, que continua mesmo durante as  investigações do assassinato. Descobre-se, também, que Elisa já havia  tido relações sexuais com o próprio pai. A moça costuma seduzir todos à  sua volta. E é sempre ela, inclusive, quem toma a iniciativa quando  encontra Ramiro, deixando-o desconcertado. Eles fazem amor em locais  inusitados ou mesmo públicos.
- Durante os depoimentos ao inspetor,  provas inquestionáveis da culpa de Ramiro são levantadas. A sua  fisionomia, por exemplo, é reconhecida pelo caminhoneiro que lhe deu  carona.
- Ramiro acaba sendo preso e é interrogado por Gamboa  (Nelson Diniz). O policial se compromete a arquivar o processo, caso  Ramiro colabore com a repressão, identificando nas universidades do país  os focos de “subversão”.
- Ramiro não aceita a proposta, ao  perceber que se tornaria alguém constantemente chantageado pelo Estado  em função de seus antecedentes, e prefere ficar preso. Nesse período,  Elisa presta depoimento e afirma que Ramiro esteve com ela durante toda a  noite do crime. Ele é solto e, viajando de carro com ela para fora do  país, pára o veículo no acostamento a fim de satisfazer o voraz apetite  sexual da jovem. Elisa, então, morde-o com força repetidas vezes, e  acaba sendo enforcada e morta por Ramiro, que enterra seu corpo na  estrada.
- No hotel, no dia seguinte, Ramiro é acordado pela  recepcionista, que lhe avisa que há alguém a sua procura na recepção. Já  certo de que é a polícia que veio prendê-lo, ele desce resignado.  Surpreende-se, porém, ao encontrar novamente a imortal e apaixonada  Elisa a sua espera.
Produção:
- Com um orçamento  de R$ 2 milhões, a série foi realizada em película de 35 mm, sendo  exibida somente um ano após sua finalização. O atraso se deu por conta  de questões estratégicas da emissora e, também, por problemas em função  das fortes cenas de sexo. A microssérie levou 40 dias para ser filmada,  entre agosto e outubro de 1998. Foi produzida pela empresa de Jorge  Furtado, a Casa de Cinema, com filmagens no Sul do Brasil, nas cidades  de Rio Pardo e São Lourenço, próximas a Porto Alegre. Também foram  utilizadas como locações estradas e plantações perto de Santa Cruz do  Sul.
- Fiapo Barth, que esteve à frente da direção de arte e da  cenografia, transformou um antigo engenho de açúcar desativado,  construído no século XIX, em base para a construção do segundo pavimento  da casa de Bráulio Tennembaum, onde Ramiro se encontra com Elisa. No  total, foram 16 locações externas e uma interna, sendo que as cenas  externas constituíam mais de 70% da história. Nas cenas da morte de  Bráulio, mais de 143 profissionais estiveram presentes, entre equipes de  resgate, dublês e efeitos especiais. Já o figurino, também a cargo de  Fiapo, propositalmente beirava o mau gosto, vestindo os personagens de  forma a revelar a história pessoal de cada um, já que vivem em uma época  desatualizada, no interior do país e sem qualquer glamour. A única  personagem a destoar desta linha é Dora, que vem de Paris.
- Um  importante personagem na série é a própria Lua, que aparece em cena  garantindo nuances de realismo fantástico à trama. Para isso, a produção  fez uso de três “luas” distintas ao longo do processo de filmagens. A  primeira tem aspecto de queijo suíço, sempre bem iluminada e servindo de  fundo para algumas cenas, como nas seqüências em que Ramiro dirige seu  carro. A segunda “lua” é feita em computação gráfica, que reproduz com  exatidão a original. A terceira foi a verdadeira, que participou  ativamente das cenas brilhando nos céus gaúchos durante as gravações.
-  A fotografia de José Tadeu Ribeiro procurou trazer um clima sombrio às  imagens. Através da técnica conhecida como “noite americana”, com a  utilização de filtros especiais, foi possível filmar cenas noturnas  mesmo durante o dia.
Curiosidades:
- No romance  original, escrito em 1983, a trama é ambientada na Argentina de 1974, e a  protagonista tem somente 13 anos.
- A escolha da atriz que faria o  papel principal se deu após mais de 50 testes. O diretor declarou, em  seguida, que a atriz Ana Paula Tabalipa – vivendo seu primeiro papel  protagonista – iluminava a tela ao aparecer em cena.
- Luna  caliente uniu pela primeira vez os autores Jorge Furtado, Giba Assis  Brasil e Carlos Gerbase.
- A produção foi incluída no pacote de  títulos vendidos pela TV Globo à Rede Telemundo, tornando-se a  segunda maior em audiência entre a população de origem hispânica dos  Estados Unidos em março de 2000. Foi também exibida em Portugal e no  Uruguai. No Brasil, foi reapresentada em outubro de 2003, durante o Festival  Nacional.
Trilha sonora:
- O ritmo intenso das  músicas incidentais, compostas pelo produtor musical Roger Henri, são  inspiradas em trilhas de espetáculos do Cirque du Soleil.
Fonte: Memória Globo





















 
 
 
 






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