terça-feira, 30 de março de 2010
Chiquinha Gonzaga
Autoria: Lauro César Muniz
Colaboração: Marcílio Moraes
Direção: Jayme Monjardim, Marcelo Travesso e Luiz Armando Queiroz
Direção geral: Jayme Monjardim
Período de exibição: 12/01/1999 - 19/03/1999
Horário: 22h50
Nº de capítulos: 38
Elenco - 1ª fase:
Chiquinha até os 30 anos de idade (1877)
Adriana Lessa - Feliciana
Adriana Quadros - Dama
Afranio Gomes - porteiro do convento
Alessandra Verney
André Segatti - Eduardo
Ângela Leal - Celeste
Antônio Petrin - Luiz Castello
Ariel Coelho - Conde de Sacadura
Arthur Costa Filho - Braga
Beto Bellini - Capitão do Mato
Bruno Telles - João Gualberto
Carlos Alberto Riccelli - João Batista de Carvalho, Jota-Bê ou Carvalhinho
Charle Myara - Saldanha
Chica Xavier - Inácia
Christiana Guinle- Aimée
Clarisse Gusman- Leonor
Claudia Puget - caixeira
Cristiana Monteiro
Danielle Winits - Suzette Fontain
Delma Silva - negra, mãe de Pedro
Edir de Castro - Zanza
Eduardo Arbex - afinador
Eduardo Caldas - José Basileu Filho, o Juca
Eduardo Galvão - Tenente Martim
Emilio Orciollo Neto - Jorge
Felipe Brito - Zé Carlos, seis anos
Fernanda Azevedo - menina do Alcazar
Flavia Maria - freirinha
Flávio Migliaccio - Argemiro Vagalume
Gabriela Duarte - Chiquinha Gonzaga
Genilda Maria - pajem-babá
Giulio Lopes - chefe cerimonial-Municipal
Gracindo Júnior - Barão de Mauá
Guilherme Bernard - Pedro
Guilherme Piva - Mestre de Cerimônia
Haroldo Costa - Raymundo da Conceição
Hugo Carvana - Gouveia
Izlene Cristina
Jaqueline Sperandio - Baronesa
Jorge Maia - Zé da Bica
José Peregrino - chefe da guarda
Laura Lustosa - Julia
Lauro Góes
Luciana Faria - menina do Alcazar
Marcelo Mansfield - Arnaud
Marcello Novaes - Jacinto Ribeiro do Amaral
Maria Delamino
Mariana Boscoli - moça
Marx Maranhão
Norton Nascimento - João Callado
Odilon Wagner - José Basileu Neves Gonzaga
Orlando Leal - chefe cerimonial-baile
Paula Santoro - menina do Alcazar
Patrícia Levy
Rehane Zilles - mulher 1-Municipal
Rejane Marques - mulher 2-Municipal
Roberto Guedes - homem
Rodrigo Mendonça - José
Rosamaria Murtinho
Sandra Barbieri - matilde
Sandra Gottlieb - menina do Alcazar
Sebastião Vasconcellos - Cônego Trindade
Sergio Britto - Marquês de Caxias
Sergio Loroza - Vassoura
Silvio Ferrari
Solange Couto - Rosa Maria de Lima
Suzana Faini - freira
Tânia Bondezan - Maria Isabel
Zezé Motta - Conceição
Elenco - 2ª fase - 1877 a 1935
Adenor de Souza - peão
Adriana Alcantara - Dora
Alexandre Lemos - João Gualberto
Ana Paula Tabalipa - Ritoca
Antonio Calloni - Lopes Trovão
Antonio Grassi - Manoel Amâncio Filho
Arnaldo Marques - médico
Arthur Costa Filho
Bebel Lobo - Maria, grande
Caio Blat - João Batista Fernandes Lage (até os 45 anos)
Caio Junqueira - João Gualberto
Carla Regina - Alice
Carlos Casagrande - Carlinhos
Carmem Caroline - Rosinha
Carolina Boticelli - Formosa B
Christine Fernandes - Alzira
Clarice Abujamra - Marina
Claudia Lira - Suzana de Castera
Claudio Cavalcanti - Censor de uma das peças
Claudio Lins - Juca
Claudio Mendes - Artur Azevedo
Daniela Escobar - Amália do Prado
Danielle Winits - Helena, filha de Suzette
Desireé Vignoli - menina do Alcazar
Dira Paes - Vitalina
Elias Gleiser - Bergamini
Emiliano Queiroz
Emilio Orciollo - Jorge
Fabio Junqueira - João Batista Fernandes Lage (a partir dos 45 anos)
Fernanda Muniz - Mariana
Fernando Albano - Hilário
Guilherme Bernard - Pedro
Humberto Martins - Artur
Ida Gomes - Diretora Colégio Imaculada Conceição
Isabel Teixeira - menina do Alcazar
Ivana Domenico - Formosa D
Juliana Modella - Formosa A
Juliana Monjardim - Emilia, menina do Alcazar
Karina Mello - Manú
Lara Córdula - Maria da Cacimba
Larissa Queiroz - Maria
Lauro Góes - Viton
Lavínia Vlasak - Marie de Paris
Lucia Helena Máximo - Formosa E
Ludmila Rosa
Luiz Lobo - Gustavo
Marcelo Mansfield - Arnaud
Marcelo Várzea - Petronio Sá
Maria Ceiça - Divina
Marx Maranhão - homem do binóculo
Maurício Gonçalves - José do Patrocínio
Michel Bercovitch - gerente
Milton Gonçalves - maestro Henrique Alves de Mesquita
Murilo Rosa - Amadeu
Neco Villa Lobos - Castelinho
Paula Franco - menina do Alcazar
Paulo Betti - Carlos Gomes
Regina Duarte - Chiquinha Gonzaga
Rô Santana - Teresa
Rui Minharro - Otávio Bilac
Silvia Franco - Lili
Silvio Ferrari- Samuel
Stella Rodrigues - Genevieve, menina do Alcazar
Suzana Vieira - Suzette Fontain
Tatiana Almeida - Formosa C
Taumaturgo Ferreira - Paula Ney
Vera Holtz - Dona Ló
A Trama:
- A minissérie conta a saga de Chiquinha Gonzaga, uma das maiores representantes da cultura popular brasileira, musicista revolucionária, republicana, abolicionista e que desafiou a sociedade de sua época com sua postura, sua arte e seus amores.
- A trama é narrada a partir de uma burleta que se realiza em homenagem a Chiquinha Gonzaga (Gabriela Duarte, na primeira fase, e Regina Duarte, na segunda), nesse momento com 87 anos, que assiste a sua trajetória desde o nascimento. A protagonista, vez ou outra, enquanto a encenação transcorre, faz interrupções e comentários sobre o que lhe acontecera realmente. Já idosa, lembra de sua vida que passa a ser retratada em duas fases: antes e depois dos 30 anos de idade.
- Filha de Rosa Maria de Lima (Solange Couto) e do major José Basileu (Odilon Wagner), Chiquinha é rejeitada pelo pai logo após seu nascimento, no Rio de Janeiro, em 1847. O major pede que a mulata Rosa entregue a criança na roda dos enjeitados de uma igreja, onde o bebê seria acolhido por freiras. Mesmo contrariada, Rosa obedece. Mas, antes que a roda fosse girada, o militar se arrepende e decide assumir a criança e o seu romance com Rosa. O bebê é batizado com o nome de Francisca Edwiges Neves Gonzaga.
- Chiquinha é criada com conforto, sob a tutela dos melhores professores e sempre se destacando nos estudos do português, do francês e, também, da música. Tanto que aos 11 anos compôs sua primeira canção, com temática natalina, fazendo jus a sua esmerada educação e tradicional formação musical. Seu pai a preparou para ser uma dama da corte imperial, mas, pelas ruas do Rio de Janeiro, ela também conheceu representantes de uma nova corrente musical que misturava os ritmos da corte com o lundu, de origem africana, tocado nas rodas de escravo.
- Para melhor figurar seu interesse musical variado, após um baile onde dança polcas e valsas e conhece Jacinto Ribeiro do Amaral (Marcello Novaes), ela pede que ele a leve até um terreiro de negros para ouvir suas músicas. Lá, junto de amigos, fala sobre sua intenção original de criar algo que misture ritmos diferentes como a polca e o lundu. Seu interesse se dá, também, pela influência de amigos como Joaquim Callado (Norton Nascimento), que, mais tarde, se torna conhecido como um dos inventores do choro, ou chorinho.
- Por imposição do pai, Chiquinha acaba se casando com Jacinto, com quem tem três filhos. O marido, enciumado, lhe proíbe de fazer uma das coisas que mais lhe dava prazer, que era tocar. Ao se ver no dilema de escolher entre a música e o casamento, ela prefere a música e acaba se separando. Arca, assim, com os desafios de uma vida independente, já que, separada, é também enjeitada por seu pai. Luta pela liberdade de tocar em público e passa a viver com seu grande amor de juventude, o engenheiro e músico João Batista de Carvalho Jr. (Carlos Alberto Riccelli), com quem tem uma filha, Alice (Carla Regina, na segunda fase).
- Ao lado de seu amor, Chiquinha parte para uma nova fase em uma fazenda em Minas Gerais, para onde se muda com a filha. João Batista mantém uma relação mal resolvida com Suzette (Danielle Winits, na primeira fase; Suzana Vieira, na segunda), a proprietária do maior cabaré da corte. Mas é com uma outra mulher que Chiquinha o flagra. Sem aceitar a traição, ela termina o romance e volta para o Rio de Janeiro, deixando com ele a filha Alice. O pai tinha mais condições financeiras para criar a menina e lhe dar um futuro seguro.
- Em seu retorno ao Rio, Chiquinha volta a morar no sótão do lugar onde tocava, passando a sobreviver de sua música e a participar intensamente dos encontros musicais da cidade. É aí que a minissérie entra na segunda fase, quando Chiquinha volta a conviver com a classe artística marginalizada nos recantos da boemia carioca, integrando-se ao samba e ao choro. Após sua vinda para o Rio, João, por sua vez, casa-se com Suzette e muda-se sem deixar pistas.
- Em 1899, Chiquinha, já com 52 anos, conhece o jovem João Batista (Caio Blat, mais moço, e Fábio Junqueira, como o personagem mais velho), com quem vive um novo amor, apesar da diferença de idade entre eles. Nesse mesmo ano, compôs a canção Ó Abre Alas, para o Cordão Rosa de Ouro. Foi com Joãozinho que ela viveu até o fim de sua vida, e é ao seu lado que ela vai assistir à estreia da burleta no Theatro Municipal.
- Chiquinha Gonzaga é processada pelas filhas Alice e Maria (Larissa Queiroz) durante seu romance com Joãozinho. Elas pedem ajuda financeira da mãe, já que ela se tornara uma artista reconhecida e com renomadas composições para peças musicais de teatro, que lhe garantiram uma vida confortável. Além disso, as filhas pediam que a mãe explicasse na justiça seu relacionamento com Joãozinho. Para calar a moralista voz da sociedade da época, ela acaba anunciando o rapaz como filho e pedindo seu processo de adoção. Logo após, viaja para Portugal, onde passa dois anos. As filhas retiram o processo, e, em 1909, eles voltam definitivamente para o Rio.
- A peça Forrobodó, de 1912, é uma das obras da compositora que fizeram grande sucesso de público e crítica, e um dos seus muitos êxitos musicais posteriores. Suas idéias abolicionistas e republicanas são impressas em tudo que produz, e Chiquinha participa da fundação da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.
- Na cena final, há o encontro das três gerações da personagem. Chiquinha chega em casa após o espetáculo a que assistira em sua homenagem. Senta-se na cama e recebe a visita de si mesma em duas outras idades diferentes. As três conversam, e a mais velha afirma que elas sempre fizeram o melhor que puderam em tudo. Assim, antes de morrer, ela pede que ambas sigam para o carnaval pelas ruas do Rio de Janeiro. Em seu epitáfio, pede que escrevam: sofri e chorei.
Produção:
- O maquiador David Dupuis foi trazido dos estúdios de Hollywood, sendo responsável pela caracterização de Regina Duarte, na época com 52 anos, em uma senhora de 87 anos. Para isso, ele fez uso de uma máscara de silicone que imitava o envelhecimento. A maquiagem da personagem levava cerca de cinco horas para ser finalizada. Paulo Lois, figurinista da minissérie, já tinha mais de mil figurinos prontos até o momento da estréia.
- A Rede Globo negociou a compra de 40 fotografias de Marc Ferrez que retratam a cidade do Rio de Janeiro de 1870 a 1900, e deu movimento às imagens, em computação gráfica, fazendo com que o Rio antigo ganhasse ainda mais força e veracidade. Em complementação, no total, foram criados 16 cenários de estúdio, incluindo uma cidade cenográfica, onde o Rio antigo foi recriado com a Rua do Ouvidor, uma pracinha de época, além do prédio de Alcazar Lírico e uma casa de chá.
- A direção de arte da minissérie procurou reconstituir cuidadosamente os objetos de época em cena. Para que a cidade fosse retratada de 1863 a 1935, detalhes como a mudança nos transportes, o surgimento da luz elétrica e as modas que fizeram parte do período foram mostradas. Nas cenas em que a Guerra do Paraguai é retratada, armas foram alugadas de colecionadores, e alguns canhões foram fabricados em fibra, para facilitar o manuseio e transporte, já que os originais chegam a pesar mais de duas toneladas. A pesquisa teve como base materiais presentes no Arquivo Nacional, na Biblioteca Nacional, no Museu de Belas-Artes, no Museu da Marinha e na Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro.
Curiosidades:
- As biografias Chiquinha Gonzaga, uma História de Vida, de Edinha Diniz, e Chiquinha Gonzaga, Sofri e Chorei e Tive Muito Amor, de Dalva Lazaroni, foram a base para os acontecimentos narrados na minissérie.
- A minissérie marcou a retomada das produções de época na TV Globo e a volta do diretor Jayme Monjardim, afastado da emissora havia 11 anos.
- Chile, Costa do Marfim, Equador, França, Honduras, Ilhas Maurício, Mali, Polônia, Portugal, República Dominicana, Rússia, Venezuela e Vietnã foram alguns dos países para os quais a minissérie foi vendida.
Trilha sonora:
- Marcus Viana, músico mineiro, compôs a canção Sinfonia de um Novo Século, que acabou se tornando o tema central da minissérie. A trilha incidental vai sendo modificada durante a trama, já que, no início, o que se ouvia e tocava no Brasil era essencialmente europeu, com forte influência francesa. Aos poucos, esse ritmo vai somando-se aos batuques africanos do lundu e originando um som genuinamente brasileiro.
- Ao fim de cada capítulo, renomados artistas interpretam canções de Chiquinha Gonzaga, como Machuca, cantada por Daniela Mercury, A Brasileira, na voz de Adriana Calcanhoto, Maxixe da Zeferina, com Beth Carvalho, e Namorados da Lua, na voz de Milton Nascimento. O acompanhamento ao piano ficou por conta dos músicos Clara Sverner e Leandro Braga.
Fonte: Memória Globo
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