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segunda-feira, 29 de março de 2010

A Madona de Cedro



Autoria: Walther Negrão
Colaboração: Nelson Nadotti e Charles Peixoto
Direção: Tizuka Yamasaki e Denise Saraceni
Direção geral: Tizuka Yamasaki
Direção artística: Carlos Manga
Período de exibição: 26/04/1994 - 06/05/1994
Horário: 22h30
Nº de capítulos: 8

Elenco:
Alexandre Blasifero
Andrea Beltrão - Marta
Andrea Bernardino
Andrea Richa - Lola Boba
Antonella Fabra
Carlos Vereza - Vilanova
Carlos Zara - Juvenal
Daniela Escobar
Eduardo Moscovis - Delfino Montiel
Eliane Abreu
Eloísa Mafalda - Efigênia
Eva Wilma - Maria
Fabio Sabag - Delegado
Gil Góes
Henrique Taxman
Humberto Martins - Manuel Mourão - Maneco
Isadora Ribeiro - Neusa
Julio Arbex
Lorena Rigaud
Luigi Palhares
Milton Gonçalves - Sinval
Nara Gil
Paulo José - Pedro (sacristão)
Renato Grego
Renato Reston
Roberto Bomtempo - Alfredo
Roberta Indio do Brasil
Stênio Garcia - Padre Estevão
Yara Cortes - Emerenciana

A Trama:
- Uma adaptação da obra homônima de Antônio Callado, A madona de cedro se passa no início da década de 1960. Delfino (Eduardo Moscovis), um jovem escultor, é católico praticante, temente a Deus, morador de Congonhas do Campo, no interior de Minas. Ele é um pequeno comerciante que vive da venda de suas obras e foi criado por sua tia Efigênia (Eloísa Mafalda). Delfino luta contra os desejos carnais que sente por Neusa (Isadora Ribeiro), uma mulher atraente e sedutora. Ao se confessar com padre Estevão (Stênio Garcia), é aconselhado a se casar logo. Mas Delfino ainda não encontrou a pessoa certa.
- Delfino recebe a visita de um amigo de infância, Maneco (Humberto Martins), que se diz representante do rico colecionador de arte e peças sacras Dr. Vilanova (Carlos Vereza) e o convida para trabalhar com eles. Para conversar com Vilanova, Delfino faz uma viagem ao Rio de Janeiro. Ao chegar à cidade, em plena efervescência da Bossa Nova, ele se encanta com os atrativos da metrópole. Conhece Marta (Andréa Beltrão), moça moderna, mas de formação igualmente religiosa.
- É no Rio que, pela primeira vez, Delfino avista o mar. Seu horizonte, antes limitado pelas pesadas montanhas mineiras, ganha a amplitude do oceano. Sua paixão por Marta é imediata. Após se verem na praia, os dois iniciam um romance, e o jovem pensa em se casar. Mas os pais de Marta só permitem o enlace se o jovem demonstrar ter posses que dêem estabilidade à união.
- Conversando com o escultor, Vilanova o convence a roubar a madona esculpida por Aleijadinho, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Vilanova é capaz de qualquer coisa para obter a peça para sua coleção e vale-se da necessidade de dinheiro de Delfino para seduzi-lo a cometer o crime. Em troca da madona de cedro, que se encontra guardada na igreja em que Delfino freqüentava, o obcecado Vilanova oferece uma pequena fortuna.
- Mesmo ficando dividido entre valores éticos e religiosos, Delfino acaba optando pela chance de viver a felicidade ao lado de Marta e rouba a escultura, fotografando tantas outras. O amor de Delfino por Marta é o verdadeiro centro da história. Pelo amor que sente, Delfino rouba, mente e se afasta da igreja, indo contra tudo em que acredita. Após o casamento, Delfino e Marta mudam-se para Minas.
- Padre Estevão é o pároco que está à frente da igreja de onde a imagem foi roubada, além de amigo de Delfino, sobre quem exerce grande influência. Há também o sacristão Pedro (Paulo José), rejeitado em sua cidade em função de sua deficiência física – uma corcunda. Ele é obcecado por sexo e relaciona-se com Lola Boba (Andrea Richa), uma espécie de mendiga que vaga pelas ruas da cidade com véu de noiva, atordoada por lembranças escondidas em sua mente e esperando um noivo imaginário.
- Pedro suspeita que Delfino é o autor do roubo da madona e ameaça o rapaz o tempo todo. Pedro conhece Marta, que se encanta com o conhecimento dele de literatura e poesia. O sacristão apaixona-se por ela, chegando a fazer uma composição de amor no órgão, recitando trechos de Ricardo III, de William Shakespeare. Apesar da sua anomalia, Marta o aceita e o trata bem.
- O padre Estevão adverte Pedro sobre suas relações com Lola. Com medo, o sacristão assassina a moça e, sob ameaça, acaba indo embora da cidade.
- Vilanova se surpreende com a incrível semelhança que possui com a imagem de Judas feita por Aleijadinho. Pesquisando, descobre que um protestante antepassado seu era adversário de Aleijadinho, que se vingou colocando sua face na figura do traidor de Jesus. Ele procura novamente Delfino e propõe que ele roube a imagem de Judas, para que ela seja destruída. Em troca, Vilanova devolveria a imagem da madona. Delfino, que não conseguia mais viver em paz com sua consciência, aceita trocar a imagem da madona pela de Judas.
- No dia da procissão do Senhor Morto, quando a troca seria efetuada, Delfino consegue devolver a imagem da santa à igreja e, para não ser visto, se esconde no esquife do Senhor Morto. Como conseqüência, toma o lugar de Cristo na procissão, sendo levado por toda cidade sem que as pessoas desconfiem de coisa alguma. Já de volta à igreja, Dona Emerenciana (Yara Cortes), uma beata que rezava no templo, vê Delfino se mexer. Ela sai correndo da igreja, exclamando que vira o Senhor ressuscitado. A emoção é tão forte que ela não resiste e morre. A experiência convence Delfino de que ele não deve cometer um novo delito. O rapaz sai da igreja sem pegar a imagem de Judas e devolve o dinheiro que Vilanova lhe dera.
- Irritado, Vilanova despede Maneco e sai da cidade. Maneco retoma sua vida de comerciante no interior.
- Delfino, ao chegar em casa, vê sua mulher vestida da santa e, pensando ter uma visão, conta tudo o que fizera aos prantos, pedindo perdão e se confessando. Atormentado pela culpa e o remorso, diz que tudo o que fizera foi por amor.
- Marta diz que até perdoaria um ladrão, mas não um profano. Ela acaba arrumando suas malas para ir embora, de volta ao Rio. Culpado, Delfino segue para se confessar ao padre Estevão, que diz que seu perdão depende do que ele está disposto a fazer por Deus. Assim, o padre ordena que Delfino leve uma grande e pesada cruz por toda Congonhas.
- Tendo inicialmente relutado por vergonha, Delfino acaba aceitando a penitência, se expondo ao sarcasmo, risadas, ataques e outras reações das pessoas que, chocadas, o vêem passar com a cruz. Na caminhada, é ajudado por sua tia, por Neusa, que lhe seca o suor, e por Maneco, que o ajuda a se reerguer.
- Ao fim da caminhada, já de volta à igreja, Delfino é recebido pelo padre e por Marta, que o ampara e o beija.

Produção:
- Com a maior parte das cenas gravadas em externas, A madona de cedro teve como locações as cidades de Congonhas do Campo, Mariana e Ouro Preto (MG). Além dos figurantes, a equipe era composta por 95 pessoas, entre atores e técnicos.
- Durante as gravações em Congonhas, choveu quase ininterruptamente por duas semanas, o que adiou por dez dias o início dos trabalhos. A diretora Tizuka Yamasaki optou, então, por inserir a chuva em cenas importantes. A procissão, um dos principais momentos da minissérie, por exemplo, foi filmada sob chuva com mais de 400 figurantes, o que acabou por favorecer a dramaticidade da cena.
- A madona de cedro de Aleijadinho foi copiada pelo escultor Hélio Petrus para as gravações. O escultor, natural de Mariana, também emprestou à produção materiais de seu ateliê e outras obras, para compor o cenário do local de trabalho do personagem Delfino.
- Foi necessário um exaustivo trabalho de maquiagem, de quatro horas de duração, para que o sacristão Pedro tivesse exposta em cena sua corcunda.

Curiosidades:
- A madona de cedro abriu a programação anual da Rede Globo em 1994.
- A minissérie foi vendida para vários países, como Angola, Colômbia, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela

Fonte: Memória Globo

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