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sábado, 27 de março de 2010

Abolição



Autoria: Wilson Aguiar Filho
Colaboração: Joel Rufino dos Santos
Direção: Walter Avancini
Período de exibição: 22/11/1988 – 25/11/1988
Horário: 22h
Nº de capítulos: 4

Elenco:
Alby Ramos – Seixas Magalhães
Alfredo Murphy – Raimundo
Aloysio Pimentel
Ângela Correa – Iná Inerã
Angelito Mello – Rodolfo Dantas
Buza Ferraz – Silva Jardim
Breno Morroni – Gustavo de Lacerda
Carlos Kroeber – D. Pedro II
Celina Imbert – Elvira
Cíntia Rachel – Ododô
Cláudio Ramos
Cristina Prochaska – Abigail
Dominique Afonso – Estela
Edney Giovenazzi – padre Ramos
Edwin Luisi – Ângelo Agostini
Emiliano Queiroz – Osvaldo
Erivaldo Casan – Idaji
Fátima Serafim – Chica
Hélio da Gama
Ivan de Albuquerque – Quintino Bocaiúva
Ivan de Almeida
Jorge Coutinho – André Rebouças
José Augusto Branco – conselheiro João Alfredo
José de Araújo – Nzenga
José de Freitas
José Lewgoy – Barão de Cotegipe
Josmar Martins – Manoel
Kadu Karneiro – Mamadu
Léa Garcia – Aparecida
Luis Antônio Pilar – Lucas Tavares
Luíza Gomes – Adeta
Luiz Armando Queiroz – Joaquim Nabuco
Marcos Americano
Mário Lago – Paulino de Souza
Martha Overbeck – Dona Emília
Milton Moraes – coronel Hipólito Macedo Tavares
Mira Haar – Florinda
Odilon Wagner – conde D’Eau
Pietro Mário
Renato Coutinho – João Clapp
Roberto Lopes
Rubens Corrêa – Andrade Figueira
Sebastião Lemos – Luís de Andrade
Serafim Gonzalez – desembargador Coelho Bastos
Silvio Pozatto – Navarro
Tereza Rachel – princesa Isabel
Thiago Justino – Olokini
Valdir Fernandes – capitão Moreira César
Valter Santos – José do Patrocínio
Waldir Fiori

A Trama:
- Com roteiro de Walter Avancini, Abolição foi realizada em comemoração ao centenário do fim da escravatura no Brasil.
- A narrativa é centrada no período em que a Lei Áurea está prestes a ser assinada pela Princesa Isabel (Tereza Rachel), em 13 de maio de 1888. Nesse momento, o tema abolicionista era amplamente discutido nos centros urbanos, enquanto nas áreas rurais as relações escravagistas ainda eram intensamente vividas.
- A trama traz dois personagens centrais: a escrava Iná Inerã (Ângela Corrêa) e Lucas (Luiz Antonio Pillar). Líder espiritual e guerreira, Iná Inerã representa a idéia da manutenção da identidade africana a qualquer preço, se for preciso, pago com a própria vida. Lucas, por sua vez, é seu oposto: um negro alforriado, jornalista, que acredita na integração pacífica entre brancos e negros. Através dessas duas posições, a história mostra como e quanto a libertação dos escravos modificou as estruturas da sociedade urbana e rural e as conseqüências dessa libertação para o próprio negro brasileiro.
- Outro personagem central da trama é o coronel Macedo Tavares (Milton Moraes). Dono da fazenda onde vive Iná, cenário da maior parte da narrativa, ele vive entrando em conflito com a escrava, castigando-a com as mais severas punições. Destemida, Iná continua a desafiá-lo sempre que pode e organiza fugas, manifestações de escravos e até assassinatos de jagunços do fazendeiro. Seu braço direito é o mau-caráter Osvaldo (Emiliano Queiroz), sempre pronto para cumprir as exigências do patrão.
- Apesar das diferenças, Iná e Lucas são apaixonados um pelo outro, mas não conseguem ficar juntos por conta de suas divergências. O caminho dela é o da guerra, enquanto o dele, o da liberdade adquirida pelas leis. Um dos grandes companheiros de Lucas é Ângelo Agostini (Edwin Luisi), caricaturista que trabalha no mesmo jornal que ele. Casado com a doce Abigail (Cristina Prochaska), Ângelo é um abolicionista convicto e participa ativamente do movimento pela libertação dos escravos.
- A luta pela libertação é pontuada pelo debate entre as posições de brancos e negros. Além disso, há divergência entre os brancos: alguns são verdadeiros opressores, sobretudo os senhores da zona rural, enquanto outros lutam pelo ideal abolicionista, tornando-se militantes da libertação dos negros.
- Personagens importantes na história que lutam pela abolição são Ângelo Agostini (Edwin Luisi), André Rebouças (Jorge Coutinho) e José do Patrocínio (Valter Santos). De outro lado, está o líder influente da corrente contrária à abolição, o barão de Cotegipe (José Lewgoy), que defende o interesse dos fazendeiros, pleiteando que sejam indenizados e ressarcidos dos prejuízos.
- O coronel Macedo consegue que Iná seja presa e entregue à Justiça. Em meio a isso, a lei para a extinção da escravidão está prestes a ser assinada. O último capítulo da história mostra a princesa Isabel assinando a Lei Áurea enquanto a população comemora nas ruas. Lucas, por sua vez, preocupa-se com Iná e resolve procurar o coronel para pedir pela mulher que ama. O fazendeiro é irredutível e diz que Iná será julgada pelos crimes que cometeu. Ela é condenada à prisão perpétua, e Lucas sofre com a sentença. Com a ajuda dele, quando Iná está sendo transferida para a casa da corte, um grupo de negros rende os guardas e a libertam. Ela se despede de Lucas, marcando mais uma vez as diferentes posições de cada um, e foge com o grupo. O que eles não contavam é estarem sendo seguidos por Osvaldo e seus capangas. Sem nenhuma chance de escapatória, todos são assassinados a tiros por Osvaldo. A cena final mostra Iná caída no chão, junto com os demais negros, morta.

Produção:
- Para escrever Abolição, Wilson Aguiar Filho contou com a colaboração do historiador Joel Rufino dos Santos. Mas, para assessorar na reconstituição histórica do período, ambos contaram com a ajuda do também historiador Francisco Alencar, que durante dois meses esteve à frente do trabalho ao lado da equipe de autores.
- Abolição contou com a participação de mais de 100 atores e três mil figurantes. A utilização de pequenos trechos falados em iorubá e em português com sotaque francês ou italiano mostra o cuidado na reconstituição dos tipos que circulavam na Corte e na zona rural na época. A professora Íris Gomes da Costa assessorou o trabalho lingüístico da equipe. Ela já havia trabalhado com Walter Avancini na minissérie Grande sertão: veredas (1985).
- Para a composição de seus personagens, o elenco também teve aula de dança com a professora Railda Galvão dos Santos, especializada em danças de origem africana.

Curiosidades:
- Esta foi a primeira parceria da Rede Globo com produtoras independentes, a Avan e a Cininvest Produção Vídeo Cinematográfica, com produção geral de Paulo César Ferreira. No ano seguinte, ainda com esta parceria, a mesma equipe foi reunida para a minissérie República.

Trilha sonora:
- A trilha sonora da minissérie foi produzida por Murilo Alvarenga. Destaque para o hino da juventude sul-africana, que marcava as cenas mais fortes da narrativa, e Canto de Ossanha, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, que reforçava o drama dos negros brasileiros na época.


Fonte: Memória Globo

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